O pesadelo das lavouras de algodão

O bicudo do algodoeiro é a principal praga da cultura, e o seu combate representa parte significativa dos custos de produção do agricultor. Por isso, pesquisadores tentam encontrar uma forma de controlá-lo há décadas.

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Primeiro passo

Sebastião José de Araujo/Embrapa

Agora, cientistas parecem ter descoberto o primeiro passo para uma solução. Após seis anos de estudos e testes, eles identificaram moléculas com potencial inseticida que são capazes de controlar em mais de 50% a infestação de bicudo nas lavouras.

O projeto é uma parceria entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Instituto Mato-Grossense do Algodão (IMAmt), com apoio da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), que já investiu R$ 30 milhões nas pesquisas.

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O projeto

Onde as moléculas agem?

O alvo do bicudo é o botão floral do algodoeiro. Então, a grande dificuldade dos pesquisadores é controlar a praga quimicamente, pois o uso de produtos pode prejudicar o desenvolvimento da maçã.

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Segundo Fátima Grossi, coordenadora dos estudos, as larvas do bicudo foram alimentadas em um ambiente controlado, em laboratório. Os resultados são considerados expressivos: as taxas de mortalidade das larvas ficaram entre 70% e 100%.

Baixa taxa de mortalidade

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O projeto deverá ser ampliado. Depois dos estudos em laboratório, as pesquisas precisam ser feitas em campos experimentais. Para isso, é necessário que a CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) autorize o estudo.

Próximos passos

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Para a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), os resultados da pesquisa significam um importante avanço. “Seria uma grande solução, porque o bicudo representa de 34% a 36% do custo de controle de pragas em geral."

Grande avanço

Sebastião Jose de Araujo/Embrapa

A pesquisadora Fátima Grossi está bastante otimista com os trabalhos e diz que é fundamental continuar pesquisando. “A gente acredita que, com as tecnologias que temos, em mais 5 ou 6 anos, podemos dar uma boa avançada”, avalia.

Em quanto tempo pode surgir um produto eficiente?

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