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Picão-preto: para que serve e como evitá-lo nas plantações

O picão-preto pode ser considerado uma erva daninha, que ameaça o agronegócio, ou uma erva medicinal, além de servir como alimento em certas partes do mundo

Se você já teve a experiência de passar por um campo e encontrar pequenos espinhos grudados em sua roupa, há boas chances de ter cruzado com o picão-preto (Bidens pilosa).

Esta planta de crescimento rápido, tão presente em diversas áreas agrícolas, é muitas vezes vista como uma praga incômoda pelos agricultores.

No entanto, além de sua capacidade de competir com culturas comerciais, o picão-preto guarda surpresas: possui um vasto histórico de usos medicinais e alimentícios, sendo valorizado por suas propriedades terapêuticas.

O que é o picão-preto?

O picão-preto é uma planta da família das Asteraceae, comumente encontrada em regiões quentes da América do Sul. A espécie tem caule ereto, folhas verdes e frutos pequenos de cerca de 1 cm, caracterizados por arestas que se prendem facilmente a roupas e peles, o que justifica o nome popular da planta.

A planta pode atingir entre 40 centímetros e 180 centímetros de altura, desenvolvendo-se rapidamente e produzindo até três gerações por ano. Cada exemplar pode gerar cerca de 3 mil sementes, que podem permanecer dormentes no solo por anos, tornando o manejo uma tarefa desafiadora.

Problema do picão-preto para os agricultores

O picão-preto é uma erva que se desenvolve facilmente graças a sua alta capacidade de absorção de água e de nutrientes do solo, e por isso acaba sendo um problema para os produtores rurais.

A erva entra em uma competição com as plantas da lavoura, dificultando o crescimento de cultivos como o café, a soja, o milho e o algodão. Além disso, o formato do caule dificulta sua retirada e manejo, e seus espinhos diminuem a qualidade dos grãos das culturas.

Floração da Biden pilosa. (Fonte: Pixabay/Reprodução)

Manejo do picão-preto

O controle do picão-preto pode ser feito de maneira manual, mecânica ou química. Entre as práticas mais comuns estão:

Por fim, vale lembrar que as sementes do picão-preto têm alta longevidade, podendo germinar até 5 anos depois de caírem no solo, o que torna a prevenção constante essencial.

A planta se alastra rapidamente e compete por nutrientes e espaço. (Fonte: Pixabay/Reprodução)

Para que serve o picão-preto?

O picão-preto é amplamente utilizado tanto na medicina popular quanto na alimentação, oferecendo uma série de benefícios.

Propriedades medicinais

O picão-preto é conhecido por suas propriedades medicinais, sendo utilizado em várias preparações caseiras, como chás e compressas. Entre suas aplicações, podemos destacar:

O picão-preto é geralmente consumido na forma de chá. Para preparar, ferva meia xícara de planta seca em 500 ml de água por 10 a 15 minutos. Pode-se beber o chá de 4 a 6 vezes ao dia ou utilizar a mistura em compressas para tratar dores musculares e reumatismo.

Atenção: o uso do picão-preto em tratamentos fitoterápicos deve ser feito com cautela e sob orientação médica, especialmente por gestantes, lactantes e crianças.

Valor alimentício

Além de suas propriedades medicinais, o picão-preto é consumido como alimento em algumas regiões do mundo, principalmente na África Oriental e no Vietnã. As folhas da planta são altamente nutritivas e ricas em proteínas, podendo ser consumidas cruas ou cozidas.

Em várias culturas, as folhas são incorporadas a sopas, cozidos e saladas, sendo uma importante fonte de nutrientes para as populações locais.

O picão-preto pode ser tanto uma solução quanto um desafio, dependendo do contexto em que se encontra. Para os agricultores, é uma planta que exige manejo estratégico, já que sua rápida proliferação pode prejudicar culturas importantes.

Por outro lado, suas propriedades medicinais e alimentícias oferecem um grande potencial a ser explorado, desde que usadas de forma correta e consciente.

Com a adoção de boas práticas agrícolas e a consideração de seus benefícios naturais, o picão-preto pode deixar de ser apenas um incômodo para se tornar uma planta valorizada, tanto na agricultura quanto na saúde.