As moscas-varejeiras são um desafio para produtores rurais, causando prejuízos e comprometendo o bem-estar animal
As moscas-varejeiras representam um desafio significativo para produtores rurais em todo o Brasil. Estes insetos, conhecidos por suas cores metálicas vibrantes e tamanho superior ao das moscas comuns, são mais do que uma simples praga. Eles podem causar sérios prejuízos econômicos e comprometer o bem-estar animal.
As moscas-varejeiras se destacam por sua aparência chamativa e comportamento peculiar. Diferentemente das moscas domésticas, elas são atraídas por matéria orgânica em decomposição, feridas abertas e carcaças de animais.
Seu ciclo de vida é surpreendentemente rápido, especialmente em condições favoráveis. O processo se inicia com a deposição de ovos em substratos orgânicos. Em questão de horas, esses ovos eclodem, dando origem a larvas vorazes.
Esta fase larval é particularmente preocupante, pois é quando ocorre a miíase, popularmente conhecida como “bicheira“.
As larvas se alimentam de tecidos vivos ou mortos, causando danos significativos. Após alguns dias, as larvas se transformam em pupas e, finalmente, em moscas adultas, reiniciando o ciclo.
A presença de moscas-varejeiras pode resultar em prejuízos substanciais para a pecuária. Os animais infestados sofrem com perda de peso, redução na produção de leite e carne, além de estarem sujeitos a infecções secundárias.
Os custos com tratamentos veterinários podem se elevar consideravelmente e, em casos graves, a mortalidade do rebanho é uma possibilidade real.
As miíases são a principal preocupação. Elas podem ser classificadas em diferentes tipos:
O reconhecimento precoce dos sintomas é fundamental. Produtores devem estar atentos a sinais como inquietação dos animais, lambedura excessiva de determinadas áreas do corpo e presença de feridas com secreção e mau cheiro.
A manutenção da higiene nas instalações é a base para o controle das moscas-varejeiras. A remoção regular de esterco, restos de alimentos e qualquer matéria orgânica em decomposição é essencial.
O descarte adequado de carcaças e lixo orgânico deve ser uma prioridade, pois estes são focos primários de proliferação desses insetos.
Adicionalmente, a drenagem de áreas úmidas e o controle de odores contribuem significativamente para reduzir a atratividade do ambiente para as moscas.
Uma propriedade limpa e bem manejada dificulta a reprodução desses insetos e melhora as condições gerais de saúde do rebanho.
O cuidado direto com os animais é igualmente importante. A desinfecção correta do umbigo de bezerros recém-nascidos é uma medida preventiva fundamental. Feridas abertas, sejam elas cirúrgicas, acidentais ou de castração, devem ser tratadas imediatamente e mantidas limpas.
Para ovinos, a tosquia estratégica é uma prática recomendada. Ela evita o acúmulo de umidade e sujeira na lã, condições que atraem as moscas-varejeiras.
Inspeções regulares no rebanho são fundamentais para identificar infestações em estágios iniciais, permitindo intervenções rápidas e eficazes.
O uso de armadilhas é uma estratégia eficiente tanto para monitorar quanto para reduzir a população de moscas adultas. Armadilhas luminosas, adesivas ou com iscas atrativas podem ser distribuídas estrategicamente pela propriedade.
Além de capturar as moscas, essas armadilhas fornecem dados valiosos sobre a flutuação populacional dos insetos, auxiliando no planejamento de ações de controle.
Quando necessário, o controle químico pode ser empregado. Entretanto, é imprescindível a consulta a um médico veterinário para a escolha do produto mais adequado, determinação da dosagem correta e orientação sobre a forma de aplicação.
A rotação de princípios ativos é uma prática recomendada para prevenir o desenvolvimento de resistência nas populações de moscas-varejeiras.
Novas tecnologias têm surgido para auxiliar no combate a esses insetos. Produtos de longa ação e sistemas de liberação controlada de inseticidas são exemplos de inovações que podem oferecer proteção prolongada ao rebanho.
Estudos conduzidos por universidades, como a USP, aprofundam o entendimento da biologia e epidemiologia desses insetos, fornecendo base científica para o desenvolvimento de estratégias de controle mais eficazes e sustentáveis.
A Técnica do Inseto Estéril (TIE) é um exemplo de abordagem inovadora que tem mostrado resultados promissores no controle da Cochliomyia hominivorax, uma das espécies mais problemáticas de moscas-varejeiras.
Esta técnica envolve a liberação de insetos estéreis para reduzir a população selvagem, oferecendo uma alternativa ao uso intensivo de inseticidas.
O controle efetivo das moscas-varejeiras requer uma abordagem integrada e contínua. Produtores rurais que implementam um conjunto de práticas preventivas e de controle, baseadas em evidências científicas, estão melhor preparados para proteger seus rebanhos e minimizar os impactos econômicos associados a essas pragas.
*Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação Agro Estadão