Tecnologia também auxilia na classificação de peixes por lotes; produção nacional de tilápia cresceu 3,1% no último ano
Se a vacinação de peixes pode ser novidade para muitos, imagine uma máquina capaz de imunizar mais de 8,5 mil peixes a cada hora? No Brasil, essa tecnologia é usada para vacinar apenas tilápias, mas em outros 17 países, a máquina vacinadora serve para outras sete espécies, como salmão e truta.
A máquina de vacinação é mais um exemplo da busca por evolução na sanidade dos peixes. A primeira vacina para o uso comercial em peixes no Brasil teve registro autorizado em 2011 e, de lá pra cá, as pesquisas em torno do desenvolvimento da aquicultura brasileira só avançaram.
O resultado desse empenho está no aumento da produção de peixe de cultivo, que somou mais de 887 mil toneladas em 2023, conforme o levantamento realizado pela Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR). Esse número representa aumento de 3,1% sobre as 860,3 mil toneladas produzidas em 2022.
Conforme a Associação, a evolução da produção de peixes de cultivo resulta, entre outros fatores, dos avanços nas questões sanitárias. “Essa multiplicação não tem milagres. Todo esse avanço é resultado de muito aprimoramento de toda a cadeia produtiva e da intensa dedicação da Peixe BR para estimular, por todo o País, não só o cultivo sustentável – do ponto de vista econômico, ambiental e social – dessa proteína, como o consumo”, diz em comunicado a entidade representativa do setor.
Nos modelos de criação em cativeiro, como redes em rios ou tanques, as vacinas mais utilizadas em peixes são as vacinas vivas, inativadas e recombinantes (de DNA), conforme a MSD Saúde Animal – empresa que desenvolve, fabrica e comercializa medicamentos e serviços veterinários. E os principais métodos de administração são: injetável, oral e imersão. Confira as diferenças entre cada uma:
A tilápia representa 65,3% da produção total de peixes de cultivo no Brasil. A principal doença de importância econômica para a espécie é a Streptococcus agalactiae 1b. Essa bacteriose é típica de verão, impacta todas as regiões e pode provocar a morte de mais de 30% dos lotes.
Segundo a Peixe Br, também resulta em gastos com tratamentos terapêuticos e na perda por descarte de filé nas plantas frigoríficas. Além disso, conforme a produção de tilápias vem se intensificando, outros patógenos, a partir de bactérias e de vírus, vêm ganhando relevância nos protocolos sanitários das pisciculturas.
De acordo com a Zoetis – produtora global de medicamentos e vacinas para animais e que trouxe a máquina Fishteq NFT20 ao país – o Brasil foi o primeiro a vacinar tilápias com o equipamento a partir de 2021.
Além de imunizar, em média, 8,5 mil peixes por hora, a máquina de vacinação mede e classifica os animais. De acordo com Danielle Damasceno, engenheira de pesca e gerente técnica e comercial da Zoetis, os principais benefícios para o produtor são segurança, redução da manipulação dos animais, eficiência na contagem e vacinação e formação de banco de dados.
“O piscicultor tem maior performance na vacinação, além de elevada padronização dos lotes, já que a classificação dos peixes se dá através do processamento de imagens individuais digitalizadas. A máquina ainda ajusta a posição da agulha de acordo com o respectivo tamanho de cada animal, garantindo que a vacina seja aplicada no local correto” explica a especialista ao Agro Estadão.
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