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Projetando alta de até 10% nas vendas, setor de flores se prepara para o Dia das Mães

Entre rosas e crisântemos, mães que vivem do cultivo de flores também desejam recebê-las de presente na data comemorativa

Rosas, orquídeas, crisântemos e lírios. Essas são algumas das flores que vão colorir as prateleiras de floriculturas e lojas em comemoração ao Dia das Mães. A data simbólica é responsável por cerca de 15% das vendas anuais do setor de flores e plantas. 

Em 2025, a comercialização promete ser aquecida. Projeção do Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor) aponta um crescimento entre 8% a 10% nos negócios frente ao ano passado. “Os produtores se preparam bem, não teremos problemas de qualidade de oferta. O mercado está bem abastecido e a gente percebe uma procura grande desses produtos em todos os canais de escoamento, seja nas floriculturas e decoradores, mas também nos supermercados, nos garden centers e nas lojas de conveniência”, destacou Renato Opitz, diretor do Ibraflor.

Segundo o dirigente, além das flores, as plantas verdes têm ganhado cada vez mais espaço nas vendas perto da data, pelo fato de serem uma boa opção para decorar ambientes internos, terraços e jardins. “A expectativa do setor é bastante promissora e devemos fechar com resultado bastante positivo”, salientou. 

Dia das Mães responde por cerca de 15% das vendas anuais do setor de flores e plantas.

Mães que movimentam o mercado querem flores de presente

Por trás dos números do setor e de cada flor, buquê ou arranjo entregue na data comemorativa, estão muitas mães que trabalham com flores e vivem cercadas por pétalas, folhas e perfumes o ano inteiro.

Mais do que uma fonte de sustento, esse trabalho carrega sensibilidade. Por isso, para a campanha deste ano, o Ibraflor traz a mensagem: “Retribua com flores tudo o que ela fez florescer em você.”

Adriana Rosa, secretária executiva do instituto, tem flor até no nome e soma de 30 anos no setor. Entre suas atribuições, estão as ações promocionais em datas especiais, como esta. Mãe de Júlia e Miguel, ela conta que espera ganhar uma orquídea — sua flor preferida — junto com o par de tênis que já sabe que vai receber. “As flores simbolizam amor, carinho e reconhecimento. Meus filhos sabem como esse universo faz parte de mim”, afirma.

Adriana Rosa, secretária executiva do Ibraflor, com os filhos – Foto: Adriana Rosa/Arquivo pessoal

Já Simone Sanae Miyata cultiva kalanchoes — conhecidos como flor-da-fortuna — simples e dobrados, além de arruda e poinsétia — flor simbólica do Natal — em Espírito Santo do Pinhal (SP), dando continuidade ao trabalho da família iniciado há quatro décadas. 

Ela vende sua produção no Ceaflor, em Jaguariúna (SP). Como seus filhos ainda são novos — o mais velho tem nove anos e o caçula apenas cinco meses —, a tarefa de comprar o presente costuma ser assumida pelo marido. “Geralmente, ganho roupas, mas sempre vem uma flor com um cartão feito pelo meu filho”, conta. Para não ter erro, este ano, ela já deixou a dica: “adoraria ganhar uma flor exótica ou uma flor de cerejeira”, complementa. 

A produtora Simone Sanae Miyata espera ganhar uma flor exótica este ano ou uma flor de cerejeira. Foto: Simone Sanae Miyata/Arquivo pessoal

Com 15 anos de dedicação à floricultura, Rhuana Reijers, que é engenheira agrônoma e produtora de rosas associada à Cooperflora, concilia a rotina do campo com os cuidados das duas filhas pequenas — uma de três anos e outra de apenas um. 

Para dar conta da demanda do Dia das Mães, teve que aumentar a produção em 5% em relação ao ano passado, já que a rosa segue entre as flores mais vendidas nesta época. “Receber flores é ganhar algo cultivado com carinho e amor. Isso conecta a mãe com algo belo, que desperta emoção e transmite o quanto ela é valorizada”, destaca.

Entre os presentes que costuma ganhar, estão roupas e outros itens, mas ela destaca que sempre estão acompanhados de flores. Por isso, quando perguntada sobre qual flor deseja ganhar neste ano, responde sem hesitar: “rosas”.

A produtora Rhuana Reijers teve que aumentar sua produção de rosa em 5% este ano. Foto: Rhuana Reijers/Arquivo pessoal