Economia

Vaca tem chifre? Entenda porque alguns animais têm e outros não

A genética é um fator importante, mas existe também a descorna. Raças sem chifres trazem maior segurança e eficiência

A questão “vaca tem chifre?” desperta curiosidade não apenas em leigos, mas também entre produtores rurais, especialmente devido às implicações práticas no manejo e na criação de bovinos.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2023, o Brasil registrou uma produção recorde de 8,91 milhões de toneladas de carne bovina. Com isso, compreender as particularidades dos animais com e sem chifres torna-se fundamental para o manejo adequado do rebanho.

Vaca tem chifre: sim ou não?

A resposta é: depende. A presença ou ausência de chifres em vacas é determinada por um sistema genético que segue os princípios da hereditariedade mendeliana. 

O caráter mocho (ausência de chifres) é controlado por um gene recessivo, o que significa que para um animal nascer sem chifres, ele precisa herdar duas cópias desse gene, uma de cada progenitor.

Na linguagem genética, podemos encontrar três combinações possíveis:

Esta compreensão genética tem revolucionado os programas de melhoramento bovino, permitindo que criadores selecionem especificamente animais com as características desejadas para seu sistema de produção.

Raças com chifres e raças mochas

No Brasil, encontramos uma diversidade significativa de raças bovinas. Entre as raças tradicionalmente com chifres, destacam-se:

Já entre as raças naturalmente mochas ou que desenvolveram linhagens mochas, temos:

A função dos chifres nas vacas

Foto: Adobe Stock

Os chifres desempenham um papel fundamental na dinâmica social dos rebanhos bovinos. Em ambientes naturais, servem como mecanismo de defesa contra predadores e são utilizados para estabelecer e manter a hierarquia social dentro do grupo. 

As vacas utilizam os chifres em demonstrações de dominância, que são essenciais para organizar o acesso a recursos como água, alimento e áreas de descanso.

O manejo de animais com chifres requer cuidados específicos e instalações adaptadas. Currais, bretes e demais estruturas precisam ser mais espaçosos e reforçados para acomodar com segurança os animais com chifres. 

Vantagens das vacas sem chifres

A criação de bovinos mochos tem se tornado cada vez mais comum, principalmente pelos benefícios econômicos e práticos que oferece. 

A ausência natural de chifres elimina custos com procedimentos de descorna e seus tratamentos, além de reduzir significativamente o risco de acidentes durante o manejo, tanto para os tratadores quanto para os outros animais do rebanho. 

Além disso, as instalações podem ser mais compactas, otimizando o espaço nas propriedades e durante o transporte.

Os animais mochos têm menos ocorrências de lesões e hematomas, o que contribui para uma melhor qualidade da carcaça.

Essa combinação de benefícios tem levado muitos produtores a optarem pela seleção genética de animais mochos, seja através de raças naturalmente sem chifres ou da utilização de reprodutores mochos em seus programas de melhoramento.

É importante fazer descorna?

Foto: Adobe Stock

A descorna é um procedimento que remove ou impede o desenvolvimento dos chifres em bovinos. Adotada em propriedades rurais, essa prática busca melhorar a segurança e otimizar o manejo do rebanho. 

O procedimento é especialmente relevante em sistemas intensivos, onde o espaço é limitado e o contato entre os animais é constante.

Existem diferentes técnicas de descorna, e a escolha depende da idade do animal, das condições da propriedade e da experiência do tratador. Os principais métodos incluem:

O período pós-descorna é uma fase crítica que exige atenção especial para garantir a recuperação adequada do animal. O protocolo de cuidados inclui a administração de analgésicos para controle da dor e o uso de antibióticos como medida preventiva contra infecções, que podem comprometer a saúde do animal. 

Para acelerar o processo de cicatrização, são aplicados medicamentos tópicos específicos na região descornada, que deve ser monitorada diariamente para identificar qualquer sinal de complicação.

Em alguns casos, pode ser necessário separar temporariamente o animal do rebanho, especialmente nos primeiros dias após o procedimento.

O conhecimento sobre a presença ou ausência de chifres em bovinos e suas implicações permite ao produtor rural tomar decisões mais assertivas em seu sistema produtivo, contribuindo para o desenvolvimento sustentável da pecuária brasileira.

*Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação Agro Estadão

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