De vilã das lavouras a aliada da saúde, a planta daninha que desafia agricultores pelo mundo
A trapoeraba é uma planta comum em áreas agrícolas brasileiras, conhecida por sua natureza dual: um problema persistente como erva daninha e um potencial aliado na saúde humana.
Esta planta, considerada uma das piores plantas daninhas do mundo, chama a atenção de agricultores e pesquisadores por sua resistência e adaptabilidade.
Segundo dados da Embrapa, a trapoeraba é capaz de prejudicar significativamente o crescimento de várias culturas por efeitos alelopáticos, que inibem o desenvolvimento de outras plantas ao seu redor.
Além disso, sua presença em lavouras pode reduzir a produtividade, representando um impacto econômico considerável para o setor agrícola.
A trapoeraba (Commelina benghalensis) é uma planta herbácea perene, facilmente reconhecível por suas características distintas. Suas folhas são ovais a lanceoladas, com uma coloração verde intensa e uma textura suculenta.
Uma das características mais marcantes da trapoeraba são suas flores, que apresentam uma cor azul vibrante e delicada, composta por três pétalas.
O caule da trapoeraba é um elemento crucial para sua identificação e propagação. Ele é carnoso, articulado e ramificado, com a capacidade de enraizar-se facilmente quando em contato com o solo úmido.
A germinação ocorre rapidamente em condições favoráveis, com as sementes podendo permanecer viáveis no solo por longos períodos. O crescimento é rápido, com a planta atingindo a maturidade em poucas semanas.
A floração pode ocorrer durante grande parte do ano, especialmente em climas tropicais e subtropicais.
Uma característica notável da trapoeraba é sua capacidade de reprodução tanto por sementes quanto por fragmentos de caule. As sementes são produzidas em grande quantidade e podem ser dispersas pelo vento, água ou aderidas a animais e máquinas agrícolas.
Além disso, pequenos pedaços de caule podem enraizar e formar novas plantas, tornando o controle desta espécie um desafio.
Esta planta daninha compete agressivamente com as culturas por recursos essenciais como água, nutrientes e luz solar.
As culturas mais afetadas pela presença da trapoeraba incluem soja, milho, algodão e cana-de-açúcar. Nestas lavouras, a trapoeraba pode formar densas coberturas que sufocam as plantas cultivadas, reduzindo significativamente sua produtividade.
Além do impacto na produtividade, a trapoeraba também afeta a qualidade dos produtos agrícolas. Em culturas como o algodão, por exemplo, a presença de fragmentos da planta pode contaminar a fibra, reduzindo sua qualidade e valor de mercado.
Em culturas de grãos, a competição por nutrientes pode resultar em grãos menores e de menor qualidade.
O controle da trapoeraba é particularmente desafiador devido à sua notável capacidade de rebrota e reprodução. Mesmo quando cortada ou parcialmente removida, a planta pode rapidamente se regenerar a partir de fragmentos de caule deixados no solo.
A prevenção é fundamental no manejo da trapoeraba. É crucial manter máquinas e implementos agrícolas limpos, especialmente ao movê-los entre diferentes áreas, para evitar a disseminação de sementes.
O uso de sementes certificadas e livres de contaminantes também é essencial para prevenir a introdução da trapoeraba em novas áreas.
A rotação de culturas é uma estratégia eficaz para quebrar o ciclo de vida da trapoeraba. Alternar entre culturas com diferentes características e práticas de manejo pode dificultar o estabelecimento e a proliferação da planta daninha.
Além disso, o uso de cobertura do solo com palhada pode criar uma barreira física que dificulta a germinação e o estabelecimento da trapoeraba.
Em áreas menores ou em situações onde o uso de herbicidas não é desejável, a capina manual ou mecânica pode ser eficaz. No entanto, é crucial remover toda a planta, incluindo as raízes, para evitar a rebrota.
Este método requer atenção e persistência, pois qualquer fragmento deixado no solo pode originar uma nova planta.
O uso de herbicidas seletivos e de pós-emergência é uma opção comum para o controle da trapoeraba em larga escala. No entanto, é importante notar que a trapoeraba tem demonstrado tolerância a alguns herbicidas comuns, como o glifosato.
Por isso, é fundamental seguir as recomendações do fabricante quanto à dosagem e aplicação, além de alternar entre herbicidas com diferentes mecanismos de ação para prevenir o desenvolvimento de resistência.
A trapoeraba representa um fascinante paradoxo no mundo agrícola e nutricional. Por um lado, é uma erva daninha persistente que causa prejuízos significativos em diversas culturas. Por outro, é uma planta com potencial nutritivo e medicinal ainda a ser plenamente explorado.
A resistência e adaptabilidade, características que a tornam essa planta uma erva daninha tão eficaz, também a tornam uma candidata interessante para estudos sobre resistência a estresses ambientais e potenciais aplicações em um mundo em mudança climática.
*Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação Agro Estadão