Do Selo Arte na região da Canastra à diversidade paulista e Festiqueijo no RS: as rotas valorizam a produção artesanal brasileira
O Brasil, terceiro maior produtor mundial de leite, com cerca de 34 bilhões de litros anuais, segundo a Embrapa, vem se destacando cada vez mais no cenário de queijos artesanais.
Em 2024, a produção artesanal já representava aproximadamente 20% do mercado nacional de queijos, de acordo com a Associação Brasileira de Queijos Artesanais.
Nesse contexto, as rotas do queijo surgem como uma oportunidade única de valorização e comercialização para a produção artesanal, oferecendo aos produtores rurais um potencial significativo de negócio e reconhecimento.
As rotas do queijo são itinerários turísticos e gastronômicos que celebram a rica tradição queijeira brasileira. Esses percursos conectam produtores, consumidores e o território, criando uma experiência única que vai além da simples degustação.
Ao participar de uma rota do queijo, os visitantes têm a oportunidade de conhecer de perto o processo de fabricação, visitar propriedades rurais, degustar variedades locais e adquirir produtos diretamente dos produtores.
Essa abordagem experiencial não apenas satisfaz o crescente interesse dos consumidores por produtos de origem, como também proporciona benefícios mútuos para toda a cadeia produtiva.
Para os produtores, representa uma chance de mostrar seu trabalho, tradição e a qualidade de seus produtos. Para os visitantes, é uma imersão na cultura local e nos sabores autênticos de cada região.
A rota da Serra da Canastra é, sem dúvida, a mais tradicional e reconhecida do Brasil. O Queijo Canastra, com sua história centenária, é um símbolo da cultura mineira e um importante motor econômico para a região.
O processo de regulamentação e a obtenção do Selo Arte foram marcos significativos para os produtores locais. O percurso inclui cidades como São Roque de Minas, Medeiros, Vargem Bonita, Tapiraí, Bambuí e Piumhi.
O terroir único da Canastra, combinado com o modo de fazer tradicional passado de geração em geração, resulta em um queijo de sabor inigualável.
O Selo Arte, concedido a produtos artesanais que seguem boas práticas agropecuárias e de fabricação, permite a comercialização desses queijos em todo o território nacional, ampliando as oportunidades de mercado para os produtores.
Embora São Paulo não tenha uma tradição tão antiga quanto Minas Gerais em queijos com indicação geográfica, o estado tem se destacado pela inovação e variedade de sua produção queijeira.
A rota paulista busca organizar e promover essa diversidade, oferecendo aos visitantes uma experiência única.
O percurso dessa rota inclui cidades como Serra Negra, Amparo, Joanópolis e Santo Antônio do Pinhal. Os visitantes podem encontrar uma ampla gama de queijos, desde os mais tradicionais até criações contemporâneas que incorporam ingredientes locais e técnicas inovadoras.
Os queijos artesanais paulistas dão um novo impulso ao turismo gastronômico no estado. Um guia virtual da Rota Turística do Queijo Artesanal Paulista foi criado para apresentar as melhores experiências aos entusiastas no assunto, valorizando os produtores locais e a riqueza de sabores da região.
No Rio Grande do Sul, a rota do queijo ganha destaque, especialmente na serra gaúcha. Carlos Barbosa, maior produtor de queijos da região, é o palco da tradicional Festa do Queijo, um evento que celebra a produção local e atrai visitantes de todo o país.
A rota gaúcha oferece uma perspectiva única da produção queijeira no sul do Brasil, com influências da colonização europeia e técnicas adaptadas ao terroir local.
Os visitantes podem experimentar uma variedade de queijos que refletem a rica herança cultural da região.
O conceito de rotas do queijo vem se expandindo por todo o país, adaptando-se às realidades locais e criando novas experiências para os amantes de queijo.
Desde o Nordeste até o Sul, diversas regiões estão desenvolvendo suas próprias rotas, cada uma com características únicas.
Essas iniciativas não apenas promovem o turismo gastronômico, como também fortalecem a identidade regional e valorizam o trabalho dos produtores artesanais.
A diversidade de queijos brasileiros está sendo cada vez mais reconhecida e apreciada, graças a esses esforços de promoção e organização.
Para o agricultor, integrar-se a uma rota do queijo pode trazer vantagens significativas:
Além disso, as rotas fortalecem o senso de comunidade entre os produtores, facilitam o acesso a novos mercados e canais de comercialização, e promovem o intercâmbio de conhecimentos e melhores práticas.
Para os produtores interessados em fazer parte desse movimento, existem alguns passos práticos a serem considerados:
Primeiramente, é importante buscar informações sobre rotas existentes na região e participar de associações de produtores. Investir na qualidade e em boas práticas de fabricação é fundamental para se destacar no mercado.
Considerar a abertura da propriedade para visitação pode ser um diferencial, criando uma experiência de turismo rural única. Utilizar as redes sociais e outras ferramentas de marketing digital é essencial para divulgar a produção e atrair visitantes interessados em conhecer o processo de fabricação e degustar os queijos.
A criação de parcerias com outros produtores locais, restaurantes e estabelecimentos turísticos pode ampliar o alcance e o impacto da rota, oferecendo aos visitantes uma experiência mais completa e diversificada.
O sucesso crescente das rotas do queijo no Brasil é evidenciado pelo recorde de inscrições na ExpoQueijo Brasil em 2025. Esse evento reforça a importância do queijo na cultura e na economia brasileira, além de ser uma vitrine para os produtores artesanais.
*Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação Agro Estadão