Prejuízo líquido da empresa chega a R$ 267,1 milhões no primeiro trimestre fiscal de 2025
O CEO da Lavoro, Ruy Cunha, disse que o fechamento das 70 lojas no Brasil não vai alterar a capacidade de atendimento da distribuidora de insumos agrícolas. “O plano de otimização da estrutura de distribuição reduz a densidade de lojas em alguns estados, porém mantém nossa capacidade de cobertura de mercado praticamente inalterada”, explicou em nota. “A redução do número de lojas não implica em uma redução proporcional de vendedores, que, em sua maioria, apenas terão sua base alterada, mantendo sua carteira de clientes”, acrescentou.
Segundo o CEO da Lavoro, o fechamento de 70 das 187 unidades no Brasil já começou há alguns meses e deve ser concluído no primeiro trimestre de 2025. A companhia não divulgou os locais das unidades que serão atingidas.
De acordo com os resultados do primeiro trimestre fiscal de 2025 — que compreende os meses de julho a setembro de 2024 —, a Lavoro teve um prejuízo líquido de R$ 267,1 milhões, muito superior aos R$ 71 milhões de prejuízo no mesmo período do ano anterior. A situação foi atribuída, principalmente, ao impacto de R$ 152,1 milhões em créditos tributários diferidos e ao aumento de R$ 60,7 milhões em custos financeiros.
Outro impacto registrado foi a queda de 13% na receita consolidada, totalizando R$ 2,05 bilhões. A redução foi impulsionada pelos efeitos persistentes da deflação nos preços dos insumos agrícolas no Brasil e pelas dificuldades de liquidez no setor.
“Embora o sentimento dos agricultores e as projeções de rentabilidade tenham continuado a melhorar no Brasil, as restrições de liquidez no setor, que já eram significativas, se intensificaram consideravelmente no final do ano”, ressaltou Ruy Cunha. Segundo ele, eventos de recuperação judicial desencadearam um forte aumento na aversão ao risco entre fornecedores e instituições financeiras, levando a um aperto significativo nas condições de financiamento de estoques para a Lavoro e outros pares do setor.
Em termos de dólar, a receita da Lavoro caiu para US$ 370,2 milhões, uma queda de 24%, afetada pela depreciação de 12% do real brasileiro em relação ao mesmo período do ano anterior.
Apesar deste resultado, a companhia mantém perspectivas positivas. “Esperamos ganhos importantes em despesas e capital de giro ao longo dos próximos meses”, estima o CEO da Lavoro.