O ácaro vermelho pode dizimar cultivos inteiros se não controlado a tempo, causando folhas amareladas, teias e crescimento atrofiado
Imagine acordar e encontrar suas plantas com folhas amareladas, cheias de pequenas teias e com crescimento atrofiado. Esse cenário, comum em diversas propriedades rurais, é sinal de um inimigo quase invisível: o ácaro vermelho (Tetranychus ludeni).
Esses minúsculos artrópodes, menores que a cabeça de um alfinete, são capazes de dizimar cultivos inteiros quando não controlados a tempo.
O ácaro vermelho é um aracnídeo fitófago, pertencente à família Tetranychidae. Ele mede cerca de 0,5 milímetro de comprimento e possui coloração que varia do verde-amarelado ao vermelho, dependendo do estágio de desenvolvimento.
Seu ciclo de vida é relativamente curto, podendo completar-se em apenas 10 a 14 dias sob condições favoráveis. As fêmeas depositam seus ovos na face inferior das folhas e, após a eclosão, as ninfas passam por três estágios antes de atingir a fase adulta.
Essa rápida reprodução explica a velocidade com que infestações podem se espalhar em uma plantação.
Identificar precocemente uma infestação de ácaros vermelhos é crucial para evitar danos extensivos às culturas. Os principais sintomas incluem:
O ácaro vermelho é uma praga versátil, capaz de afetar uma ampla gama de culturas. No Brasil, algumas das culturas mais suscetíveis incluem soja, café, citros, morango, algodão e diversas hortaliças.
No café, por exemplo, o ataque do ácaro-vermelho pode reduzir significativamente a qualidade dos grãos e a produção por planta.
Em culturas de alto valor agregado, como o morango, os prejuízos podem ser ainda mais impactantes, não apenas pela redução na produção, mas também pela depreciação dos frutos no mercado.
É importante ressaltar que o impacto econômico varia conforme a intensidade da infestação, o estágio de desenvolvimento da cultura e as condições ambientais
A prevenção é sempre a melhor estratégia no manejo de pragas agrícolas, e com o ácaro vermelho não é diferente. Algumas práticas sustentáveis e de baixo custo podem ser altamente eficazes:
Rotação de culturas: Esta prática ajuda a quebrar o ciclo de vida dos ácaros, especialmente em culturas anuais. Alterne culturas suscetíveis com outras menos atrativas para os ácaros.
Irrigação adequada: Manter níveis adequados de umidade no solo e nas plantas pode dificultar a proliferação dos ácaros. A irrigação por aspersão, quando possível, pode ser particularmente eficaz em reduzir populações de ácaros.
Monitoramento frequente: Inspecione regularmente suas plantas, especialmente durante períodos secos e quentes. O monitoramento permite a detecção precoce e ação rápida contra infestações iniciais.
Além disso, o manejo adequado da fertilização, evitando excessos de nitrogênio, e a manutenção de áreas de refúgio para inimigos naturais podem contribuir significativamente para a prevenção de infestações.
Quando medidas preventivas não são suficientes, pode ser necessário recorrer a métodos de controle mais diretos.
É crucial, no entanto, abordar o controle químico com cautela, sempre priorizando produtos registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e considerando os riscos de desenvolvimento de resistência.
O controle químico deve ser realizado com orientação técnica especializada. Alguns princípios ativos eficazes contra ácaros incluem abamectina, espiromesifeno e etoxazol.
No entanto, é fundamental seguir rigorosamente as recomendações de dosagem e aplicação, além de alternar diferentes grupos químicos para prevenir o desenvolvimento de resistência.
O controle biológico oferece uma alternativa sustentável e eficaz. Predadores naturais como o ácaro Phytoseiulus persimilis são altamente eficientes no controle de populações de ácaros vermelhos.
Além disso, fungos entomopatogênicos, como Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae, têm mostrado resultados promissores no controle biológico de ácaros.
O impacto econômico do ácaro vermelho na agricultura brasileira é substancial. Segundo estudos da Embrapa, as perdas em produtividade apontam para perdas de até 50% em casos de infestações severas não controladas.
Além das perdas diretas em produtividade, os custos associados ao controle da praga também são significativos. O uso de acaricidas pode representar um aumento considerável nos custos de produção, especialmente em culturas de alto valor agregado, como frutas e hortaliças.
O manejo eficaz do ácaro vermelho requer uma abordagem integrada, combinando práticas preventivas, monitoramento constante e intervenções pontuais quando necessário. A chave para o sucesso está na detecção precoce e na implementação de estratégias de controle adequadas à realidade de cada produtor e cultura.
*Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação Agro Estadão