Incertezas sobre as tarifas norte-americanas afetam cotações globais, enquanto robusta brasileiro pode ganhar competitividade
Os preços do café têm sido diretamente influenciados pelas incertezas geradas pelas tarifas impostas pelos Estados Unidos no mercado global. De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), esse cenário tem levado agentes a evitar mercados de maior risco, impactando o câmbio e pressionando os valores do grão nas Bolsas.
No Brasil, a proximidade da colheita de robusta intensifica a queda nas cotações. Nos primeiros sete dias de abril, o Indicador CEPEA/ESALQ do robusta tipo 6, peneira 13 acima, a retirar no Espírito Santo, recuou 360,59 reais por saca de 60 kg (7,7%), iniciando a semana com média de R$ 1.586,38/saca — o menor valor desde novembro de 2024.
Apesar das pressões negativas, “de modo geral, no caso do robusta, as tarifas norte-americanas podem trazer alguma vantagem competitiva ao setor brasileiro”, avaliam os especialistas do Cepea. Enquanto a taxa para exportação do Brasil aos EUA foi fixada em 10%, concorrentes como Vietnã e Indonésia enfrentam taxações significativamente maiores, de 46% e 32%, respectivamente, o que pode favorecer a competitividade do café nacional.