Governador gaúcho cobrou medidas mais robustas de ajuda ao agronegócio do estado, após enchentes de maio e estiagens de anos anteriores
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), reforçou a necessidade de um olhar específico para o estado por parte do governo federal nas medidas de apoio aos produtores rurais, durante reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quarta-feira, 21, em Brasília (DF).
Na saída do encontro, nesta tarde, Leite falou a jornalistas que “o presidente ouviu atentamente e tomou nota de tudo”. Segundo o governador, foi destacado que as ferramentas para renegociar as dívidas têm limitadores que dificultam o acesso aos recursos.
“Frisei ao presidente: o estado do Rio Grande do Sul não foi acometido apenas por essa enchente. No ano passado, foi acometido por outras e, antes disso, por estiagem severa que afetou a nossa produtividade agrícola. Então, os nossos produtores vêm de uma sequência de frustração de safras, gerando grande dificuldade e, por isso, pedimos ao governo programas de repactuação especiais”, disse Leite.
Além de medidas mais robustas de auxílio ao agronegócio gaúcho, Leite cobrou mudanças no programa emergencial de manutenção de emprego e renda e alterações para facilitar e agilizar a concessão de crédito para empresas atingidas pela calamidade provocada pelas enchentes. Uma nova reunião com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, deve acontecer em breve.
O governador gaúcho foi questionado sobre a declaração que o presidente Lula deu na última semana, durante visita ao estado, de que Leite deveria “agradecer” o apoio que o estado tem recebido do governo federal.
“Eu agradeço”, respondeu Leite. “Mas eu não deixo de demandar, não deixo de reclamar, não deixo de criticar, se for o caso, e entendo que é o meu papel como governador fazer isso […] entendo que há um descompasso entre o apoio que é anunciado e o apoio que é efetivado lá na ponta”, completou.
Destacando que continua com divergências e que não é preciso que o presidente e ele pensem igual, Leite diz que está otimista e com expectativa de que novas medidas sejam tomadas.
Eduardo Leite também elogiou o diálogo que vem sendo mantido, e que as declarações públicas sobre insatisfação com o governo federal ocorrem também em “debates privados” que “transbordam” naturalmente.
“Eu sempre digo para o presidente: nunca na canela, sempre na bola. A gente debate, discute, diverge sobre os temas. Eu não fico adjetivando o presidente”, pontuou.
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