Equipamentos da Case IH e da New Holland, ambos da CNH Industrial, podem custar até US$ 2 milhões
Na vitrine da 30ª edição da Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), um duelo de gigantes chama a atenção dos visitantes: as duas maiores colheitadeiras de grãos do mundo estão expostas na maior feira de tecnologia agrícola da América Latina. Ambos equipamentos são da CNH Industrial, mas cada um leva o nome de uma marca: Case IH e New Holland.
Apesar da semelhança no porte impressionante — plataformas de até 61 pés, capacidade para processar grandes volumes de grãos e altíssima tecnologia embarcada —, as duas máquinas têm uma diferença fundamental no seu funcionamento: o sistema de rotor. Essa peça é uma espécie de cilindro giratório central no sistema de trilha de uma colheitadeira, sendo o responsável por separar os grãos da planta durante a colheita.
A Axial-Flow AF10 Automation, da Case IH, é a maior colheitadeira do mundo equipada com um único rotor, conforme mostrado pelo Agro Estadão. Já a CR11, da New Holland, ostenta o título de maior colheitadeira com duplo rotor do mundo, colecionando uma lista de premiações: Farm Machine 2024 e o Good Design Award 2023.
A escolha entre um sistema e outro impacta diretamente no tipo de cultura, agressividade da trilha e até na preservação do grão. “O duplo rotor tende a ser mais agressivo na trilha, indicado, por exemplo, para culturas como o trigo. Já o simples rotor tem uma trilha mais suave, ideal para culturas que exigem mais cuidado para evitar quebra de grãos”, explica Gregory Riordan, diretor de tecnologias digitais da CNH Industrial na América Latina.
A Axial-Flow AF10 Automation, com os equipamentos importados e adaptados para as condições brasileiras, impressiona com um motor de 775 cavalos, tanque de 20 mil litros, e pneus de alta flutuação de 1,4 metro de largura, projetados para minimizar a compactação do solo. A tecnologia Automation 2.0 inclui manobras de cabeceira autônomas, compartilhamento de mapas de produtividade e operação assistida com suporte remoto.
Do lado da New Holland, a CR11 traz o sistema IntelliSense, que usa câmeras e sensores internos para monitorar a qualidade dos grãos colhidos em tempo real e ajustar automaticamente a configuração da máquina. Segundo Cláudio Calaço Jr., diretor de mercado da New Holland no Brasil, “é um passo avançado em direção à automação plena”.
Com tanto tamanho e tecnologia, o investimento também é proporcional. A CR11, por exemplo, custa entre US$ 1,5 e US$ 2 milhões, dependendo da configuração. A Case não divulgou oficialmente os valores da Axial-Flow AF10 Automation, mas estima-se que esteja na mesma faixa.
*Jornalista viajou a convite da CDI Comunicação