Agricultura

Saiba identificar a “falsa couve” que intoxicou família em MG

Extremamente tóxica e facilmente confundível com couve verdadeira, a nicotiana glauca representa um grave perigo para humanos e animais

A Nicotiana glauca, popularmente conhecida como “falsa couve”, é uma planta que representa um enorme perigo. 

Apesar de sua aparência inofensiva, esta planta é extremamente tóxica e tem sido responsável por incidentes graves, incluindo casos de confusão com plantas comestíveis comuns.

Um exemplo alarmante ocorreu em Patrocínio, Minas Gerais, onde quatro adultos foram internados em estado grave após consumirem a “falsa couve”. 

A família confundiu a planta tóxica com a couve verdadeira, resultando em uma situação potencialmente fatal. Este incidente serve como um alerta concreto para a comunidade rural sobre os perigos da nicotiana glauca e a importância de saber identificá-la corretamente.

Características da nicotiana glauca e a perigosa semelhança com a couve

A nicotiana glauca é originária da América do Sul, porém está amplamente disseminada no Brasil. Esta planta pertence à família Solanaceae, a mesma do tabaco, e pode crescer como um arbusto ou uma pequena árvore. 

Suas características botânicas incluem folhas ovaladas, lisas, de cor verde-acinzentada, flores tubulares amarelas ou alaranjadas, e frutos em forma de cápsula.

A semelhança visual das folhas da nicotiana glauca com as da couve é a principal causa de envenenamentos acidentais em humanos. Esta semelhança é particularmente perigosa em áreas onde a planta cresce espontaneamente próximo a plantações ou áreas de pastagem. 

As folhas da “falsa couve” possuem uma textura aveludada e uma coloração que, à primeira vista, pode parecer inofensiva e até comestível para leigos.

É importante ressaltar que, em algumas fases do seu desenvolvimento, a semelhança entre a Nicotiana glauca e a couve é ainda mais acentuada.

Os venenos da nicotiana glauca: alcaloides e seus efeitos tóxicos

Foto: Adobe Stock

A toxicidade da nicotiana glauca se deve principalmente à presença de alcalóides piridínicos, com destaque para a anabasina. Estes compostos são neurotóxicos e afetam tanto o sistema nervoso central quanto o periférico. 

A anabasina, em particular, é cinco vezes mais potente que a nicotina, tornando a ingestão das folhas da “falsa couve” extremamente perigosa.

O mecanismo de ação desses alcalóides no organismo envolve sua atuação como agonistas nos receptores nicotínicos de acetilcolina. 

Inicialmente, eles estimulam esses receptores, seguido por um bloqueio, o que resulta em uma série de efeitos tóxicos no corpo.

Sinais e sintomas de intoxicação por nicotiana glauca

Em humanos, os sintomas de envenenamento por nicotiana glauca podem se manifestar rapidamente e incluem:

Em casos mais graves, podem ocorrer convulsões, alterações na frequência cardíaca (taquicardia ou bradicardia), dificuldade respiratória e, se não tratado prontamente, coma e morte. 

A rapidez com que os sintomas aparecem torna essencial o atendimento médico imediato em caso de suspeita de ingestão.

Animais também em risco

O gado e outros animais de criação também são suscetíveis à intoxicação pela planta. O risco aumenta em períodos de escassez de forragem ou quando a planta cresce abundantemente em pastagens. 

Os sintomas em animais são semelhantes aos humanos, incluindo incoordenação motora, tremores, salivação excessiva, cólicas e dificuldade respiratória. 

No entanto, esses sinais podem ser mais difíceis de identificar em animais, o que ressalta a importância da vigilância constante por parte dos produtores rurais.

Foto: Adobe Stock

Para prevenir acidentes, é fundamental que os produtores rurais saibam identificar corretamente a Nicotiana glauca. Algumas características distintivas incluem:

Em caso de dúvida, é sempre recomendável consultar um especialista antes de consumir ou permitir que animais se alimentem de plantas desconhecidas.

Produtores devem ainda estar atentos à presença desta planta em suas propriedades, removendo-a de áreas de cultivo e pastagem. 

*Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação Agro Estadão