Monilíase do cacau: o desafio que ameaça o chocolate brasileiro
A monilíase do cacaueiro ameaça a produção brasileira. Conheça os riscos, as pesquisas em andamento e as medidas preventivas para proteger nossas lavouras.
By: Fabiana Bertone
O alerta da monilíase
Com preços do cacau em alta, o Brasil se destaca globalmente. Contudo, a monilíase, uma doença fúngica devastadora, gera apreensão no campo e exige atenção redobrada das autoridades e produtores.
Uma doença quarentenária
A monilíase é considerada quarentenária no Brasil. Embora detectada, sua disseminação está sob controle oficial. No entanto, sua capacidade de devastar lavouras exige vigilância constante e ações preventivas eficazes.
Riscos de perdas totais
A doença pode causar perdas de até 100% da produção. Mesmo com focos isolados no Amazonas e Acre, o risco de proliferação é alto, pois os esporos do fungo se espalham pelo ar e contato direto, alcançando milhões por cm².
A persistência do fungo
O fungo da monilíase é altamente resistente, sobrevivendo por meses ou anos em diversas superfícies, como celulares e roupas. Ele se adapta a diferentes temperaturas e altitudes, dificultando a detecção precoce.
Pesquisas em busca de resistência
Pesquisadores da Ceplac buscam variedades de cacaueiros resistentes à monilíase. Um programa de melhoramento genético, iniciado há mais de uma década, desenvolve genótipos mais produtivos e resistentes a pragas.
Cupuaçu: vetor de atenção
O cupuaçu, também suscetível, pode ser um vetor da doença. A AIPC alerta para campanhas de conscientização a produtores e consumidores, visando controlar o trânsito da fruta e evitar a disseminação dos esporos.
Prevenção é essencial
Para especialistas, a prevenção é crucial. O manejo cultural, com a remoção de frutos doentes, é a prática mais eficaz. Além disso, a notificação imediata de qualquer sintoma é vital para conter a praga.