Não há riscoo

O setor produtivo de arroz tenta, mais uma vez, convencer o Governo Federal de que não há risco de desabastecimento do cereal, mesmo com as perdas na safra gaúcha após as inundações do final de abril.

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A Federação das Associações de Produtores de Arroz do Rio Grande do Sul (Federarroz) e a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) se reúnem com o Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, nesta quinta, 23.

Reunião com o setor

Lula Marques/Agência Brasil

Após as inundações no Rio Grande do Sul, o possível desabastecimento de arroz no país levou o Governo Federal a realizar um leilão para importar 1 milhão de toneladas do grão, por meio da Conab.

Rafa Nedermeyer/Agência Brasil

Por que o governo federal quer importar arroz?

O RS é o principal produtor do cereal, respondendo por cerca de 70% de toda a produção. As entidades representativas do setor da orizicultura afirmam que não há necessidade de importar o arroz porque, no caso do RS, 80% da área já havia sido colhida.

O que afirma o setor

Wenderson Araújo/Trilux

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Levantamento do IRGA

Instituto Rio Grandense do Arroz - aponta para uma safra de 7,1 milhão de toneladas, volume próximo da safra anterior de 7,2 milhões de toneladas. O IRGA estima que 6,5 milhões de toneladas já haviam sido colhidas e apenas 43 mil toneladas foram impactadas.

O Brasil consome praticamente todo o arroz que produz, em torno de 10 milhões de toneladas. A importação já acontece normalmente para completar esse volume, e é feita de países do Mercosul, onde a tarifa para importação é zero.

Quanto de arroz o Brasil precisa?

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Além da pressão do setor produtivo, houve um aumento da compra pelos consumidores. No Mercosul, os preços do arroz aumentaram cerca de 30%. Especialistas acreditam que o leilão provocou esse aumento e o governo acabou desacelerando o processo.

Leilão da Conab

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Como forma de garantir o abastecimento, o governo federal zerou a Tarifa Externa Comum (TEC) para o arroz de países fora do Mercosul. O argumento é evitar especulação e comprar de países como Tailândia. Mas o setor é contra pois o arroz produzido na Ásia é de qualidade inferior ao produzido no país.

Tarifa zero para importação

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Especialistas em política agrícola divergem sobre a situação. Alguns acreditam que o Governo Federal está certo pois agiu pensando em evitar a especulação, outros dizem que o momento foi inoportuno e pode desestimular a produção do cereal no país.

O que vai acontecer com o mercado de arroz?

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