Como eliminar a saúva antes que ela destrua tudo na sua lavoura
Aprenda a proteger suas plantações da saúva, uma das pragas mais destrutivas da agricultura brasileira, com estratégias eficazes e sustentáveis
By: Fabiana Bertone
A saúva: um inimigo ancestral
A saúva existe há mais de 8 milhões de anos e é um dos principais inimigos do agronegócio brasileiro. Essas formigas cortadeiras causam danos severos às plantações, impactando a capacidade foliar de diversos cultivos.
Colônias complexas e profundas
Com uma organização social avançada, as saúvas constroem ninhos que podem atingir mais de 5 metros de profundidade. As colônias surgem após o voo nupcial entre a tanajura e o bitu, durante o período de chuvas.
Espécies que causam prejuízo
No Brasil, existem dez espécies de saúva, mas apenas seis impactam o setor comercial. As espécies Atta sexdens rubropilosa e Atta laevigata são as mais prejudiciais, devido à abrangência e desfolha que provocam.
Apetite voraz das cortadeiras
As saúvas operárias cortam folhas de mudas e árvores, podendo dizimar lavouras inteiras rapidamente. Para manter um sauveiro por um ano, é estimada a necessidade de 1 tonelada de vegetais, evidenciando seu grande impacto.
A saúva-limão: um perigo real
A Atta sexdens, conhecida como saúva-limão, é capaz de devastar culturas da noite para o dia. Essa espécie está mais presente nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul do Brasil, afetando lavouras e reflorestamentos.
Uma formiga agricultora
Embora sejam pragas, as saúvas são formigas agricultoras. Elas cultivam o fungo Leucoagaricus gongylophorus dentro da colônia, que degrada as folhas e produz açúcares essenciais para a sua alimentação.
O fungo: base da nutrição
O fungo cultivado pelas saúvas é a principal fonte de alimento para a rainha e o único sustento das larvas. As formigas até produzem defensivos naturais para proteger seus fungos contra patógenos indesejados.
Controle e novas abordagens
O controle da saúva exige estratégias específicas. Armadilhas com gergelim, mamona e batata-doce podem ser eficazes. Novas abordagens propõem a aplicação de substâncias tóxicas diretamente ao fungo, eliminando a colônia.