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A agricultura espacial, projeto da NASA com participação do Brasil via o acordo Artemis, conecta a exploração do espaço à produção de alimentos. Desde 2021, pesquisadores brasileiros estudam técnicas para cultivar alimentos fora da Terra.
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Em julho, Embrapa e AEB firmaram um acordo de cooperação técnica para uma pesquisa de cinco anos. A busca por recursos está em andamento, com estimativa de R$ 10 a 20 milhões, incluindo apoio federal e de agências estaduais.
Kátia Marsicano/Embrapa
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Alessandra Fávero, coordenadora da pesquisa, conta que os dois alimentos escolhidos para os testes foram batata-doce e grão de bico, e levaram em consideração critérios técnicos, genéticos e de produção, além do valor nutritivo.
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As pesquisas para cultivo no espaço são feitas em ambientes totalmente fechados. Essa situação de ambiente fechado é encontrada na Terra nas fazendas verticais, sendo que a maior delas está em Dubai, que é um lugar desértico.
A aeroponia, usada na pesquisa, suspende as raízes e injeta água reciclada, economizando 95% comparado ao cultivo comum. Segundo a pesquisadora, esse sistema biosustentável pode ser aplicado em áreas desérticas, como o nordeste brasileiro, ou em locais passíveis de alagamento.
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A astrobióloga brasileira Rebeca Gonçalves é a primeira pessoa do mundo a aplicar o método de policultura no âmbito da agricultura espacial. Ela cultivou tomates, ervilhas e cenouras no regolito, o solo desenvolvido pela NASA a partir de características do solo de Marte, ou seja, compacto e sem nutrientes.
Rebeca Gonçalves/Arquivo Pessoal
“Uma das principais conclusões foi que os tomates amadureceram mais cedo no solo marciano e renderam duas vezes mais quando produzidos em policultura, ou seja, com cenouras e ervilhas”, conta a especialista.
Rebea Gonçalves/Arquivo Pessoal
O objetivo final, segundo a astrobióloga, foi alcançado. O estudo formou um sistema bio regenerativo, fechado, autossuficiente e autossustentável, que pode ser aplicado em comunidades rurais e ajudar no combate à fome e à insegurança alimentar.
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