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Agro paulista reforça sustentabilidade
Criação pela Faesp de um departamento específico para tratar do tema enfatiza o protagonismo que as questões ambientais assumiram na agricultura e na pecuária do Estado
03/12/2024 - 14:51 | Por: Estadão Blue Studio e Faesp
Foto: Divulgação FAESP
Sumário
A sustentabilidade é um assunto que vem ganhando protagonismo em todos os setores da economia, e no agronegócio não poderia ser diferente. Com o propósito de desenvolver e alinhar a abordagem sobre os assuntos relacionados ao meio ambiente, além de apoiar os produtores rurais nessa temática, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp) criou, no início do ano, o Departamento de Sustentabilidade. “É um reforço importante para a conscientização sobre a importância da sustentabilidade no agro e o papel do setor na preservação ambiental”, diz Tirso Meirelles, presidente do Sistema Faesp-Senar SP.
Nesses primeiros meses de funcionamento, o novo departamento tem desenvolvido atividades diversificadas, baseadas em pesquisas feitas com os 236 sindicatos rurais filiados à Faesp para descobrir quais são as questões mais relevantes para os produtores. Essa investigação está pautando a organização de fóruns e palestras que disseminam informações sobre temas palpitantes do momento, a exemplo do acesso a tecnologias sustentáveis de irrigação, do combate a incêndios florestais e da nova legislação sobre pulverização aérea.
Uma das diretrizes é apoiar os produtores na adaptação à legislação ambiental, como o Código Florestal e a Política Nacional de Meio Ambiente – garantindo, assim, conformidade e segurança jurídica no uso da terra. Outro objetivo é a obtenção de certificações que agregam valor aos produtos e fortalecem a reputação do agronegócio paulista.
Equipe experiente
Entre as prioridades do novo departamento neste momento, está o trabalho com os produtores sobre a importância de validar os dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR), base de dados que monitora o desmatamento das florestas no País. O processo foi iniciado há cerca de uma década e agora está na fase de validação das informações. A conscientização sobre o tema será uma das atribuições de 700 pesquisadores que, ao longo dos dois próximos anos, visitarão 410 mil propriedades rurais em todas as regiões do Estado, dentro do Projeto Integrar, um grande “censo” do agro paulista realizado sob a liderança da Faesp.
“Os produtores precisam verificar se os dados que estão no sistema refletem a realidade das suas propriedades e, a partir disso, validar ou retificar as informações o mais breve possível”, explica o engenheiro agrônomo José Luiz Fontes, coordenador do Departamento de Sustentabilidade da Faesp. Ele assumiu o desafio depois de uma carreira de 37 anos na Secretaria de Agricultura e Abastecimento do governo de São Paulo. Entre os demais integrantes da equipe, estão Maria Cristina Murgel, especialista em meio ambiente que também trabalhou até julho deste ano na Secretaria de Agricultura e Abastecimento, e o coronel Alberto Sardilli, assessor especial da presidência da Faesp.
Aposta na inovação
O novo departamento tem como pilar central promover a conciliação entre práticas sustentáveis, que contribuem para preservar o solo, a água e a biodiversidade, com o aumento da produtividade agrícola. Nessa linha, estão sendo organizados cursos e treinamentos sobre tecnologias que impulsionam inovações sustentáveis nas propriedades.
A Faesp combina inovação e sustentabilidade em várias frentes. Um exemplo é o Centro de Excelência da Cana-de-Açúcar, em Ribeirão Preto, concebido para que o Estado de São Paulo permaneça na liderança do desenvolvimento e da inovação no setor sucroenergético. A expectativa é de que, por meio de pesquisa e capacitação, o futuro centro possa tornar a produção de cana-de-açúcar ainda mais eficiente, sustentável e competitiva no mercado global, em alinhamento à crescente demanda por fontes de energia renováveis e sustentáveis.
Outra iniciativa relevante é o Centro de Formação Rural Dr. Celso Charuri, em São Roque, escola focada no desenvolvimento e uso da inteligência artificial e big data, além de startups para pequenos e médios produtores e a perspectiva de produção de bioinsumos. A projeção é de que tanto o empreendimento de São Roque quanto o de Ribeirão Preto sejam inaugurados até o início de 2026.
Publicado em : 03/12/2024 - 14:51
Por: Estadão Blue Studio e Faesp - 3 minutos de leitura