Sustentabilidade

Produção de pinheiro no Brasil: entenda como é feito o manejo

A produção de pinheiros no Brasil impulsiona o setor florestal, gerando renda e economia sustentável

O pinheiro é um dos principais símbolos das celebrações natalinas, mas sua relevância vai muito além da decoração típica de fim de ano. 

No Brasil, a produção de pinheiros representa um segmento essencial do setor florestal, combinando aspectos econômicos, ambientais e culturais. 

De acordo com o Serviço Florestal Brasileiro (SFB), em 2023, o setor florestal nacional atingiu um valor recorde de R$ 37,9 bilhões, um crescimento de 11,2% em relação ao ano anterior, com espécies de pinheiro figurando como uma parte importante desse mercado.

Espécies cultivadas e suas características

No Brasil, as principais espécies de pinheiro cultivadas incluem a araucária (Araucaria angustifolia) e espécies do gênero Pinus. 

A araucária, adaptada ao clima subtropical, encontra condições ideais em altitudes de 500 a 1.500 metros e temperaturas médias de 13°C a 18°C. 

No entanto, por estar ameaçada de extinção, seu manejo exige autorização específica, e o foco principal de produção recai sobre programas de manejo sustentável.

Já as espécies Pinus elliottii e Pinus taeda são introduzidas e têm se adaptado amplamente às condições brasileiras, especialmente no Sul e Sudeste. 

Enquanto o P. elliottii é conhecido por sua alta produtividade de resina e madeira de qualidade, o P. taeda é amplamente utilizado pela indústria de papel e celulose devido ao rápido crescimento e à produção de fibras longas, características desejadas nesse setor.

Técnicas de plantio e manejo sustentável

Foto: Adobe Stock

O sucesso na produção de pinheiro está diretamente relacionado à aplicação de técnicas adequadas desde o planejamento inicial até a colheita.

Preparo do solo

O primeiro passo é a análise química do solo, essencial para determinar a necessidade de correções como calagem, que reduz a acidez, e adubações específicas para equilibrar os nutrientes. 

Solos bem preparados garantem um bom desenvolvimento inicial das mudas e maior produtividade.

Produção e seleção de mudas

A escolha das mudas é um dos fatores mais importantes para o sucesso do plantio. É fundamental adquirir mudas de viveiros certificados, que forneçam material genético de qualidade, livre de pragas e doenças. A sanidade e o vigor das mudas determinam a sobrevivência e o desenvolvimento uniforme da plantação.

Espaçamento e época de plantio

O espaçamento entre as árvores varia conforme o objetivo do cultivo:

O plantio deve ocorrer preferencialmente no início da estação chuvosa, quando as condições climáticas são mais favoráveis ao enraizamento e crescimento inicial das mudas.

Manejo nos primeiros anos

Nos primeiros três anos, é crucial o controle de plantas invasoras, que competem por nutrientes e água. Técnicas como capinas manuais ou químicas podem ser empregadas de forma estratégica.

Além disso, práticas como a poda de formação são recomendadas para direcionar o crescimento das árvores e melhorar a qualidade da madeira. 

O desbaste, realizado a partir do quinto ano, é outra etapa importante, removendo árvores menos vigorosas e permitindo maior desenvolvimento das restantes.

Controle de pragas e doenças

O monitoramento contínuo da plantação é necessário para prevenir pragas e doenças. A vespa-da-madeira (Sirex noctilio) é uma das principais ameaças aos pinheiros, exigindo um manejo integrado que combina controle biológico com inseticidas específicos.

Colheita e beneficiamento da madeira de pinheiro

Foto: Adobe Stock

O ciclo de produção varia de acordo com o objetivo comercial. Para celulose, as árvores podem ser colhidas a partir dos 12 anos, enquanto para madeira serrada, o período ideal é entre 20 e 25 anos.

O processo de beneficiamento inclui etapas como descascamento, desdobro primário (geralmente realizado com serra-fita ou circular), secagem controlada e classificação da madeira. 

Em alguns casos, é necessário o tratamento preservativo, que aumenta a durabilidade e a resistência da madeira, tornando-a adequada para usos estruturais ou em ambientes externos.

A certificação florestal, como FSC (Forest Stewardship Council) ou CERFLOR (Sistema Brasileiro de Certificação Florestal), é altamente recomendada. Ela garante que a produção segue práticas sustentáveis, agregando valor ao produto e facilitando a entrada em mercados mais exigentes.

A importância da sustentabilidade na produção de pinheiros

A sustentabilidade é um dos pilares da produção florestal no Brasil. As florestas plantadas de pinheiro desempenham um papel crucial na mitigação das mudanças climáticas, atuando como importantes reservatórios de carbono. 

Além disso, elas ajudam a proteger o solo contra erosão, promovem a biodiversidade ao funcionarem como corredores ecológicos e diminuem a pressão sobre florestas nativas.

Do ponto de vista social, as plantações de pinheiro geram empregos em comunidades rurais, contribuindo para o desenvolvimento socioeconômico. 

Os produtores que adotam práticas sustentáveis, como a rotação de culturas e o uso de fertilizantes orgânicos, frequentemente relatam benefícios econômicos de longo prazo, incluindo acesso a mercados de maior valor agregado.

*Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação Agro Estadão

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