PUBLICIDADE

Sustentabilidade

Pequi: saiba mais sobre o tesouro dourado do cerrado

O pequi, fruto símbolo do Cerrado, ganha destaque com a nova Lei do Pequi, que prevê o manejo sustentável e a preservação do bioma

Nome Colunistas

Redação Agro Estadão*

26/01/2025 - 08:00

Foto: Adobe Stock
Foto: Adobe Stock

O pequi, fruto emblemático do Cerrado brasileiro, é muito mais do que um simples alimento. É um símbolo de resistência, tradição e oportunidade econômica para milhares de famílias no coração do Brasil. 

Com seu sabor único e aroma inconfundível, o pequi não apenas enriquece a culinária regional, mas também desempenha um papel crucial na economia local e na preservação do bioma Cerrado.

Com a sanção da Lei do Pequi (Projeto de Lei 1970/2019) no início de 2025, que cria uma política nacional para o manejo sustentável, plantio, extração e comercialização do pequi e outros frutos do Cerrado, espera-se um fortalecimento ainda maior deste setor.

A nova legislação estimula a produção e também proíbe a derrubada predatória, incentivando práticas sustentáveis que beneficiam tanto o meio ambiente quanto as comunidades locais.

O que é Pequi?

O pequi (Caryocar brasiliense) é uma árvore nativa do Cerrado brasileiro, conhecida por seus frutos de casca verde e polpa amarela. Seu nome científico reflete sua importância: “Caryocar” vem do grego e significa “núcleo com forma de noz”, enquanto “brasiliense” indica sua origem brasileira. 

PUBLICIDADE

O fruto é caracterizado tem forma arredondada, com diâmetro variando entre 6 a 14 centímetros, e possui um sabor único, intenso e levemente adocicado, com notas amargas e um aroma forte e característico.

Na culinária, o pequi é extremamente versátil e aparece em pratos tradicionais como o arroz com pequi, frango com pequi, e até mesmo em sorvetes e licores. Sua polpa pode ser consumida in natura ou processada para produção de óleos, conservas e farinhas. 

Além do uso culinário, o pequi é valorizado por seus benefícios à saúde. Rico em vitaminas A, C e E, o fruto é uma excelente fonte de antioxidantes, que ajudam a combater os radicais livres no organismo. Também é rico em ácidos graxos, especialmente o ácido oleico, conhecido por seus benefícios cardiovasculares.

O pequi não é apenas um alimento, mas um patrimônio cultural e nutricional do Cerrado brasileiro, oferecendo uma gama de possibilidades para produtores rurais e consumidores conscientes.

Plantio e manejo do pequizeiro

Foto: Adobe Stock

Preparo do solo e escolha de mudas

O sucesso no cultivo do pequizeiro começa com a preparação adequada do solo e a seleção cuidadosa das mudas. A árvore se adapta bem a solos ácidos e pobres em nutrientes, característicos do Cerrado, mas responde positivamente a correções e adubações. 

PUBLICIDADE

Antes do plantio, é recomendável realizar uma análise do solo para determinar as necessidades específicas de correção e adubação.

A escolha das mudas é crucial para o sucesso do plantio. Opte por mudas saudáveis, com boa formação de raízes e livre de doenças. Preferencialmente, selecione mudas de viveiros certificados que trabalham com matrizes de qualidade comprovada. Mudas com altura entre 30 e 50 centímetros geralmente apresentam melhor desenvolvimento após o transplante.

Técnicas de plantio e irrigação

O plantio do pequizeiro deve ser realizado preferencialmente no início da estação chuvosa, para garantir um bom estabelecimento das mudas. 

O espaçamento recomendado varia de 6×6 metros a 8×8 metros, dependendo do sistema de manejo adotado. Covas com dimensões de 50x50x50 centímetros são adequadas para o plantio.

A irrigação é fundamental nos primeiros anos de desenvolvimento do pequizeiro, especialmente durante os períodos de seca. Um sistema de irrigação por gotejamento ou microaspersão pode ser eficiente, fornecendo água de forma controlada e econômica. 

PUBLICIDADE

Após o estabelecimento, o pequizeiro se torna mais resistente à seca, mas a irrigação suplementar durante períodos críticos pode melhorar significativamente a produção.

Pragas e doenças do pequizeiro

Embora o pequizeiro seja uma espécie relativamente resistente, algumas pragas e doenças podem afetar seu desenvolvimento e produção. 

As principais pragas incluem a broca-do-fruto, a broca-do-tronco e formigas cortadeiras. Entre as doenças, destacam-se a antracnose e a podridão-do-fruto.

O manejo integrado de pragas e doenças é a abordagem mais eficaz e sustentável. Isso inclui o monitoramento regular das plantas, a manutenção da diversidade no pomar, o uso de controle biológico quando possível e, em casos extremos, a aplicação controlada de defensivos agrícolas registrados para a cultura. 

A adoção de práticas culturais adequadas, como poda de limpeza e manejo correto da irrigação, também contribui para a prevenção de problemas fitossanitários.

PUBLICIDADE

Colheita e pós-colheita do pequi

A colheita do pequi geralmente ocorre entre os meses de novembro e fevereiro, variando conforme a região. O ponto ideal de colheita é quando os frutos começam a cair naturalmente da árvore. A coleta manual diretamente do chão é o método mais comum e seguro, evitando danos aos frutos e à árvore.

No pós-colheita, os cuidados são essenciais para manter a qualidade do fruto. Os pequis devem ser selecionados, removendo-se aqueles com danos ou sinais de deterioração. A limpeza dos frutos pode ser feita com água corrente, seguida de secagem à sombra. 

O armazenamento deve ser feito em local fresco e ventilado, preferencialmente em caixas plásticas vazadas que permitam a circulação de ar. Para conservação por períodos mais longos, o processamento em conserva ou o congelamento da polpa são alternativas viáveis. O óleo de pequi, extraído da polpa, também é uma forma de agregar valor e prolongar a vida útil do produto.

Benefícios e usos do pequi para o produtor rural

Foto: Adobe Stock

Potencial econômico

O pequi oferece um leque diversificado de oportunidades econômicas para o produtor rural. A comercialização pode ser feita de várias formas, desde a venda do fruto in natura até o processamento em produtos de maior valor agregado. 

O mercado para o pequi e seus derivados tem crescido significativamente, impulsionado pela valorização da culinária regional e pelo interesse em produtos naturais e sustentáveis.

PUBLICIDADE

A polpa do pequi pode ser processada para produção de conservas, óleos, farinhas e até mesmo cosméticos. O óleo de pequi, em particular, tem ganhado destaque no mercado de produtos naturais, sendo utilizado tanto na culinária quanto em produtos de beleza. 

A casca do fruto e até mesmo as folhas da árvore também podem ser aproveitadas, seja na produção de artesanato ou na extração de compostos para a indústria farmacêutica.

Geração de renda e desenvolvimento local

O cultivo e a comercialização do pequi têm um impacto significativo na geração de renda e no desenvolvimento das comunidades rurais. Em regiões como Ribeirão Cascalheira, no Mato Grosso, considerada a maior produtora de pequi do estado, a atividade se tornou uma importante fonte de renda complementar para muitas famílias.

A cadeia produtiva do pequi envolve não apenas os produtores, mas também coletores, processadores e comerciantes locais, criando um efeito multiplicador na economia regional. Além disso, o pequi tem um papel importante na preservação do Cerrado, incentivando práticas sustentáveis de manejo e valorização da biodiversidade local.

Comercialização para o produtor rural

Para maximizar os benefícios econômicos do pequi, os produtores rurais podem adotar diversas estratégias de comercialização. A organização em cooperativas e associações de produtores é uma abordagem eficaz para fortalecer a posição dos agricultores no mercado. 

PUBLICIDADE

Essas organizações podem facilitar o acesso a melhores condições de venda, compartilhar recursos para processamento e armazenamento, e até mesmo desenvolver marcas próprias para os produtos derivados do pequi.

Feiras locais e regionais são excelentes oportunidades para vender diretamente ao consumidor, enquanto mercados institucionais, como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), podem oferecer contratos estáveis para fornecimento de produtos. A participação em eventos gastronômicos e culturais também pode ajudar a promover o pequi e seus derivados para um público mais amplo.

A nova Política Nacional do Pequi traz perspectivas promissoras para o setor. Entre as iniciativas previstas estão o desenvolvimento de selos de qualidade e a promoção do turismo cultural relacionado ao pequi. Essas ações podem abrir novas portas para os produtores, agregando valor aos produtos e diversificando as fontes de renda.

*Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação Agro Estadão

Siga o Agro Estadão no WhatsApp, Instagram, Facebook, X, Telegram ou assine nossa Newsletter

PUBLICIDADE

Notícias Relacionadas

Embrapa aposta na canola tropical como alternativa para produção de biodiesel

Sustentabilidade

Embrapa aposta na canola tropical como alternativa para produção de biodiesel

Projeto BRSCanola quer reduzir dependência de sementes importadas e abrir espaço para cultura na segunda safra

RenovaBio: ANP aprova norma com critérios para produtores estrangeiros

Sustentabilidade

RenovaBio: ANP aprova norma com critérios para produtores estrangeiros

Nova resolução substitui a de nº 758/2018, que orientava a certificação de biocombustíveis e o credenciamento de firmas inspetoras

Mercado brasileiro de fertilizantes especiais deve quadruplicar em até 10 anos

Sustentabilidade

Mercado brasileiro de fertilizantes especiais deve quadruplicar em até 10 anos

Conforme projeção da Céleres, setor deve movimentar, em 2035, até R$ 990 bilhões em valor agregado à agricultura

Quanto de metano é possível neutralizar com sistema silvipastoril? Veja o que diz pesquisa da Embrapa

Sustentabilidade

Quanto de metano é possível neutralizar com sistema silvipastoril? Veja o que diz pesquisa da Embrapa

Estudo com mais de 7 anos analisou o potencial de mitigação desse sistema

PUBLICIDADE

Sustentabilidade

Manejo fitossanitário: saiba como implementar na sua lavoura

O manejo fitossanitário é uma estratégia integrada que protege lavouras de pragas e doenças, aumenta produtividade e garante rentabilidade no campo

Sustentabilidade

Ministro quer apressar validade de nova mistura de etanol e biodiesel

Para o etanol, o governo avalia o aumento da mistura obrigatória do anidro à gasolina tipo C dos atuais 27% para 30%

Sustentabilidade

Café: Yara fecha parceria com Coocacer para aplicação de adubo de baixo carbono

No ano passado, a empresa, de origem norueguesa, aplicou na cafeicultura o primeiro lote dos fertilizantes lower carbon que chegou ao Brasil

Sustentabilidade

Fapesp aprova projeto da Embrapa para monitorar pastagens degradadas

Com orçamento de R$ 2 mi, proposta pretende subsidiar políticas públicas como a Taxonomia Sustentável Brasileira e o Programa Caminho Verde

Logo Agro Estadão
Bom Dia Agro
X
Carregando...

Seu e-mail foi cadastrado!

Agora complete as informações para personalizar sua newsletter e recebê-la também em seu Whatsapp

Sua função
Tipo de cultura

Bem-vindo (a) ao Bom dia, Agro!

Tudo certo. Estamos preparados para oferecer uma experiência ainda mais personalizada e relevante para você.

Mantenha-se conectado!

Fique atento ao seu e-mail e Whatsapp para atualizações. Estamos ansiosos para ser parte do seu dia a dia no campo!

Enviamos um e-mail de boas-vindas para você! Se não o encontrar na sua caixa de entrada, por favor, verifique a pasta de Spam (lixo eletrônico) e marque a mensagem como ‘Não é spam” para garantir que você receberá os próximos e-mails corretamente.