Sustentabilidade
FAEP alerta para aumento de incêndios florestais, que já passam de 9 mil
Produtores rurais são orientados a tomar medidas para conter avanço de incêndios nas lavouras; calor e estiagem contribuem para os focos
2 minutos de leitura 23/08/2024 - 16:38
Fernanda Farias | Porto Alegre | fernanda.farias@estadao.com
Já passa de nove mil o número de ocorrências de incêndios florestais registradas no Paraná neste ano. Os dados do Corpo de Bombeiros até o dia 22 de agosto indicam o total de 9.339 incêndios, número muito próximo do recorde de 2019, quando ocorreram 10.835 focos. Segundo a corporação, metade dos incêndios tem origem intencional e pode, portanto, ser classificada como ação de incendiários.
A Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP), avalia que as altas temperaturas e períodos de estiagem prolongados são condições favoráveis para as ocorrências de incêndios. Por isso, reforça a importância dos produtores rurais adotarem ações preventivas para evitar que queimadas se alastrem e provoquem prejuízos e riscos.
“Segundo nossos sindicatos rurais, temos registro de incêndios em diversas regiões do Paraná. Isso coloca em risco a produção agropecuária, nossas lavouras, aviários e granjas, assim como a vida das pessoas”, destaca o presidente interino do Sistema FAEP, Ágide Eduardo Meneguette, em nota.
A região de Cianorte é uma das mais críticas, pois o fogo atingiu o cinturão verde, uma área de mais de 600 hectares de Mata Atlântica. Além de colocar em risco a área urbana, os incêndios são muito próximos das pequenas propriedades onde há lavouras de milho, soja, cana-de-açúcar e pastagens.
O presidente do Sindicato Rural de Cianorte, Diener Gonçalves, conta que os produtores rurais e empresários se mobilizaram para ajudar no combate às chamas.
“Os produtores que têm tanques forneceram água para os caminhões dos bombeiros porque a situação é bem grave. Ainda não sabemos o tamanho da área atingida, mas a orientação para quem tem lavoura próximo a estradas é fazer os aceiros para evitar que o fogo se espalhe”, afirma Gonçalves ao Agro Estadão.
O aceiro é feito ao revirar a terra para cobrir as matérias orgânicas, como plantas e pastos. Assim, o fogo que começa na beira da estrada não se alastra porque não encontra material para queima e, sim, apenas terra.
Incêndio em fábrica da Copacol, também no Paraná
A unidade industrial de aves da Copacol, em Cafelândia, no oeste do Paraná, foi atingida por um incêndio na noite desta quinta, 22. As imagens circularam pelas redes sociais.
Em nota, a Copacol disse que o primeiro foco foi identificado às 20h30, quando a “estrutura foi imediatamente evacuada e os colaboradores dispensados para retornar às suas casas em segurança”.
O texto informa que a Brigada de Incêndio da cooperativa atuou junto com o Corpo de Bombeiros e as chamas foram controladas no início da madrugada de sexta, 23. “Não houve vazamento de amônia, nem feridos durante a ocorrência”, conclui a nota.
A Copacol não informa os prejuízos nem quando as operações serão retomadas. A planta é responsável pela produção de 3.800 aves por dia, segundo a empresa.
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