A cabeludinha atrai fauna e contribui para a recuperação de áreas degradadas, conciliando produção e conservação ambiental
A cabeludinha – assim chamada por sua casca aveludada – é uma das joias menos conhecidas da nossa biodiversidade, mas que começa a chamar a atenção de produtores e chefs inovadores.
A cabeludinha (myrciaria glazioviana) é popularmente conhecida por diversos nomes, incluindo guapirijuba e jabuticaba-amarela. Esse arbusto ou arvoreta tem porte variando entre 2 a 4 metros de altura.
Nativa das regiões Sudeste, Sul e Nordeste do Brasil, a cabeludinha é encontrada principalmente nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.
Essa frutífera é nativa de Mata Atlântica, sendo encontrada, especialmente, em regiões montanhosas com altitude acima de 900 metros. Adapta-se bem a solos litólicos, demonstrando sua versatilidade.
As características botânicas da cabeludinha são marcantes. Sua copa é frondosa e compacta, com folhas verdes, coriáceas e alongadas, medindo entre 6 e 11 centímetros.
Sua cor é amarela com uma casca amarga e felpuda (origem do nome cabeludinha). A polpa suculenta tem um sabor semelhante à jabuticaba, doce com leve acidez.
O cultivo dessa frutífera requer alguns cuidados específicos para garantir seu desenvolvimento adequado. Inicialmente, é importante preparar o solo, garantindo boa drenagem e fertilidade. A cabeludinha se adapta bem a diferentes tipos de solo, refletindo sua ocorrência natural em diversas regiões.
Quanto às necessidades hídricas, a planta aprecia solos úmidos, porém bem drenados. Em relação à luminosidade, pode ser cultivada tanto a meia sombra quanto a pleno sol, oferecendo flexibilidade no planejamento do pomar.
O manejo básico inclui podas regulares para manter a forma desejada e estimular a produção de frutos. A adubação deve ser realizada periodicamente, seguindo as recomendações para frutíferas nativas.
Embora seja uma planta resistente, o monitoramento de pragas e doenças é aconselhável para garantir a saúde do cultivo.
A cabeludinha apresenta potencial para diversos sistemas de cultivo, desde pomares tradicionais até consórcios com outras espécies. Além disso, seu porte compacto permite o cultivo em vasos, tornando-a uma opção interessante para agricultura urbana.
Os frutos da cabeludinha oferecem diversas possibilidades de uso e comercialização. Além do consumo in natura, apreciado por seu sabor único, podem ser processados para produção de sucos, geleias, licores e até sorvetes.
O potencial de mercado para produtos derivados da cabeludinha é promissor, especialmente em nichos que valorizam frutas nativas e sabores diferenciados.
A venda direta em feiras locais, o fornecimento para agroindústrias especializadas em produtos artesanais e a comercialização em mercados gourmet são algumas das possibilidades para os produtores.
Além disso, o alto teor de vitamina C presente nos frutos pode ser um atrativo para consumidores em busca de alimentos funcionais, agregando valor nutricional aos produtos.
A inclusão da cabeludinha em propriedades rurais vai além da produção de frutos, trazendo benefícios ecológicos significativos. Como espécie nativa, ela desempenha um papel importante na atração e manutenção da fauna local, servindo de alimento para diversas espécies de pássaros e insetos.
Sua presença contribui para o aumento da biodiversidade local e interações ecológicas importantes.
Em projetos de recuperação de áreas degradadas, a cabeludinha pode ser uma excelente opção, pois, além de ser adaptada às condições locais, oferece recursos alimentares para a fauna, acelerando o processo de restauração ecológica.
O cultivo da cabeludinha representa uma oportunidade de conciliar produção agrícola com conservação ambiental, alinhando-se com práticas de agricultura sustentável e valorização da biodiversidade brasileira.
*Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação Agro Estadão