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BNDES financia expansão do biometano
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BNDES financia expansão do biometano

Combustível produzido a partir de resíduos agroindustriais é uma alternativa para abastecer regiões não alcançadas pelo gás natural

27/11/2024 - 09:36 | Por: BNDES e Estadão Blue Studio

Foto: Getty Images

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    Um financiamento de R$ 37,6 milhões, aprovado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), permitirá à empresa Geo bio gas&carbon ampliar a produção de biometano na unidade de Tamboara (PR). A perspectiva é aumentar a produção em mais de 20 vezes, passando de 70 Nm³/h para até 1.500 Nm³/h (a sigla Nm³ se refere a “metro cúbico normal”, medida que indica o volume ocupado por uma matéria em condições padrões).

    Da verba destinada ao financiamento, 89,5% vêm do Fundo Clima, principal instrumento do governo federal no combate às mudanças climáticas. Em abril, o BNDES e o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima anunciaram a transferência de R$ 10,4 bilhões ao Fundo – até 2023, o orçamento era de R$ 2,9 bilhões. Os restantes 10,5% do financiamento virão do Finem Padrão B, destinado à aquisição de máquinas e equipamentos importados novos, que não tenham similar nacional.

    “Seguindo as diretrizes do governo federal, o BNDES tem alavancado os investimentos em áreas estratégicas, com ações como essa, focadas na transição energética e na preservação ambiental, pautas fundamentais em que o Brasil tem todas as condições de liderar o processo global”, ressalta o presidente do banco de fomento, Aloizio Mercadante.

    O BNDES apoia a expansão do biometano em toda a cadeia – desde o desenvolvimento da tecnologia até a expansão da capacidade de produção. “Temos aqui no País um grande potencial para o biometano, em razão do alto volume de resíduos agroindustriais gerados”, diz Mauro Mattoso, chefe do Departamento de Biocombustíveis do BNDES. “Outro benefício importante é que esta produção ocorrerá, em geral, em regiões não alcançadas pela distribuição de gás natural, o que permitirá interiorizar a oferta de gás de origem renovável”, ele acrescenta.

    Produção constante

    Inaugurada em 2012, a unidade de Tamboara foi a primeira planta de produção comercial de biogás em larga escala no Brasil a processar resíduos da produção sucroenergética: torta de filtro, vinhaça e palha. O BNDES apoiou o empreendimento desde o início, em 2010, por meio de uma linha de financiamento à inovação. “Esse apoio foi determinante para a usina ser implementada, assim como está sendo o novo financiamento, que permite à empresa dar um grande passo na ampliação de sua carteira de projetos para produção de biometano”, diz Alessandro Gardemann, CEO da Geo.

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    A companhia desenvolveu um processo proprietário inovador para produção de biogás a partir do reaproveitamento de resíduos sólidos e líquidos do agronegócio. Hoje, com quatro plantas operando nos Estados do Paraná e de São Paulo, a Geo já investiu mais de R$ 450 milhões na criação e instalação de projetos para produção de biogás.

    Após a conclusão do projeto, o biogás da unidade de Tamboara deverá ser destinado, na maior parte, à produção de biometano – é quando o biogás passa por um processo de upgrade, que consiste na remoção de outros gases (principalmente CO2) para aumentar a concentração do metano (CH4) na molécula, atingindo o padrão de biometano definido pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

    “Do ponto de vista mercadológico, o biometano oferece mais opções de uso que o biogás”, explica Mattoso. Ele cita, como exemplos, a crescente substituição do diesel em caminhões, tratores e outros veículos, e o uso na produção de fertilizantes, em substituição ao gás natural.

    Um diferencial da unidade de Tamboara é a produção constante de biometano ao longo do ano, independentemente de safra e entressafra. A planta utiliza uma tecnologia de biodigestão anaeróbica capaz de processar torta de filtro e outros resíduos sólidos, possíveis de ser estocados sem perda de matéria orgânica, fornecendo gás de forma constante.

    Nova política industrial

    Os projetos apoiados pelo BNDES relacionados à transição energética brasileira totalizam R$ 45 bilhões desde 2007, o que viabilizou o aumento da produção anual de etanol em mais de 10 bilhões de litros (um terço da produção atual do Brasil) e 4 mil MW adicionais em capacidade de geração elétrica (2% da atual capacidade total do País).

    O projeto de Tamboara exemplifica os objetivos do Fundo Clima no governo do presidente Lula: ser um instrumento importante de investimentos que visem à descarbonização, à transição energética e ao desenvolvimento da bioeconomia no País, em alinhamento às diretrizes da nova política industrial.

    De acordo com projeções da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a oferta de etanol do Brasil deve atingir cerca de 50 bilhões de litros em 2034, dos quais aproximadamente 15 bilhões virão do milho e o restante, da cana-de-açúcar. “As duas matérias-primas serão importantes para garantir o abastecimento doméstico e aproveitar oportunidades de exportações, incluindo novos usos para etanol, como na aviação e navegação”, analisa Mattoso.

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    Publicado em : 27/11/2024 - 09:36

    Por: BNDES e Estadão Blue Studio - 4 minutos de leitura

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