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Summit Agro

O que é e como utilizar a turfa?

Saiba mais da turfa, um importante material vegetal que pode ser usado como fertilizante orgânico

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Summit Agro

11/09/2023 - 15:00

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A busca por uma agricultura mais sustentável é cada vez mais fundamental, tanto para cumprir acordos internacionais quanto para salvar o planeta. Nesse sentido, garantir a produtividade sem recorrer a produtos potencialmente tóxicos é indispensável e, por isso, um produto vem chamando a atenção: a turfa.

Este é um material vegetal decomposto, riquíssimo em matéria orgânica e nutrientes, que pode ter vários usos na agricultura e em outras aplicações ambientais e energéticas.

Área de retirada de turfa na Alemanha. (Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)

O que é turfa?

Chama-se de turfa o material parcialmente decomposto proveniente da decomposição lenta de várias espécies vegetais, em situações de pouca oferta de oxigênio e em meio majoritariamente alagado.

A turfa é formada de um musgo do grupo Sphagnum (esfagno) e Hypnum. Pela alta umidade que essas plantas conseguem absorver, elas não se decompõem, mas se transformam em um mineral mesmo após um longo período geológico.

As turfas são compostas de dois tipos de substâncias, as húmicas (ácido húmico, ácido fúlvico e humina) e substâncias não húmicas.

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As substâncias húmicas são aquelas que contêm uma estrutura química complexa e não totalmente definida, ricas em grupos funcionais como carboxílicos, cetona, hidroxilas fenólicas e alcoólicas, que conferem à turfa a capacidade de interagir com íons metálicos e nutrientes.

Por outro lado, as substâncias não húmicas são compostas de estruturas bem-definidas, como lignina, proteínas, carboidratos e lipídios, que representam os resquícios menos decompostos do material vegetal original.

Elas são comumente encontradas em regiões pantanosas e sob montanhas, em lugares muito úmidos. Pelas suas características, as turfas concentram um grande teor de matéria orgânica, o que faz que ela possa ser empregada em diversas atividades, principalmente nas agrícolas.

As turfas podem ser classificadas com base nas diferenças em três aspectos:

  • composição botânica — Refere-se aos tipos de plantas que predominaram na formação do material ao longo dos anos. São classificadas em turfas de musgos (predominância de Sphagnum), turfas herbáceas (formadas por restos de gramíneas e outras plantas herbáceas) e turfas lenhosas (com maior proporção de restos de árvores e arbustos).;
  • grau de decomposição — Variações no tempo e nas condições de decomposição influenciam as propriedades físicas e químicas do material. São classificadas em turfas loiras (pouco decompostas, mais fibrosas), turfas castanhas (grau intermediário de decomposição) ou turfas pretas (altamente decompostas, mais homogêneas e com menor teor de fibras).;
  • condições do local de formação — A quantidade de ar, água e a disponibilidade de nutrientes no ambiente de formação influenciam o tipo de turfa. São classificadas como turfas eutróficas (formadas em ambientes ricos em nutrientes), oligotróficas (formadas em ambientes pobres em nutrientes) e mesotróficas (condições intermediárias).
Locais alagados são propícios para a formação das turfas. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

Usos e importância da turfa para agricultura

Devido às suas características de composição, as turfas podem ser utilizadas de diferentes formas. As espécies que ficam sujeitas à emissão de metano da profundeza do solo em ambientes de baixa oxigenação, podem se transformar em carvão mineral, um combustível fóssil. Seu alto grau de inflamação possibilita seu uso no aquecimento doméstico.

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Graças à capacidade de absorver hidrocarbonetos, turfas também são bastantes úteis para a recuperação de áreas degradadas e para a preservação do meio ambiente. A substância também é amplamente utilizada na prevenção de derramamento de petróleo.

Na agricultura, as turfas vêm ganhando destaque. Diversos produtos à base do material fóssil foram desenvolvidos e estão mostrando a sua importância para o agronegócio e para a jardinagem. São fundamentais no aumento da atividade microbiana no solo, o que pode ser essencial para a recuperação da produtividade.

Os principais elementos presentes na composição da turfa são o nitrogênio, o potássio e o fósforo, nutrientes fundamentais para qualquer tipo de agricultura. Por isso, a utilização de turfas na agricultura gera vantagens como:

  • Redução da compactação do solo, melhorando a aeração e o desenvolvimento das raízes;
  • Aumento da oxigenação do solo, criando um ambiente mais favorável para os microrganismos benéficos e as raízes das plantas;
  • Aumento da disponibilidade de nutrientes para as plantas, devido à capacidade da turfa de reter íons e melhorar a capacidade de troca catiônica do solo, consequentemente aumentando a produtividade;
  • Redução do ataque de nematoides e outros patógenos de solo, pois a turfa pode criar um ambiente menos propício para sua proliferação e estimular a atividade de microrganismos antagonistas;
  • Otimização do efeito de adubos, tanto orgânicos quanto minerais, ao reter os nutrientes e liberá-los gradualmente para as plantas, reduzindo perdas por lixiviação;
  • Aumento da capacidade de retenção de água do solo, o que é crucial em períodos de seca e reduz a necessidade de regas frequentes;
  • Melhora da estrutura do solo, tornando-o mais poroso e fácil de trabalhar.

Diferentes empresas disponibilizam variedades de turfas e produtos compostos para utilização. Em alguns casos o fertilizante orgânico em forma sólida pode ser aplicado diretamente no solo desejado. Outros produtos utilizam as turfas como parte de um composto granulado que pode ser misturado com terra, seguindo a quantidade indicada pelo fabricante.

Graças às suas características físicas e químicas, as turfas também são amplamente utilizadas em diversas atividades agronômicas e de jardinagem, como no plantio e desenvolvimento de mudas em viveiros, no cultivo de hortaliças em sistemas protegidos e a campo, no cuidado de jardins residenciais e paisagismo, e até em cuidados de gramados específicos, como os de campos esportivos e áreas de lazer, onde a aeração e a retenção de umidade são cruciais.

Fontes: Embrapa, Embrapa – Sistemas de Produção, EBC

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