AgTechs devem mudar a forma como a produção agrícola brasileira é operacionalizada e comercializada
Segundo relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) o futuro da agricultura será marcado por um grande aumento no consumo de alimentos e um acréscimo na busca por formas mais sustentáveis de produção devido às mudanças climáticas e à limitação dos recursos naturais. Assim, as novas tecnologias parecem ser o caminho mais viável para equilibrar todos esses aspectos.
Nesse contexto, softwares que ajudem o produtor a melhorar a gestão da fazenda, impactando na sua produtividade, e rastrear os produtos que comercializam vêm ganhando espaço nessa discussão.
A pesquisa Radar AgTech Brasil 2019: Mapeamento das Startups do Setor Agro Brasileiro, realizada pela SP Ventures, pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e pela Homo Ludens Research and Consulting, desvendou o cenário da tecnologia agrícola no Brasil. No ano passado, existiam 1.125 startups voltadas para a agricultura, as quais o relatório dividiu em três categorias: antes da fazenda (196), dentro da fazenda (397) e depois da fazenda (532).
De acordo com o estudo, das AgTechs que atuam antes da fazenda, a maior parte trabalha no desenvolvimento de fertilizantes, inoculantes, nutrientes e melhoramento genético de plantas (cerca de 80 empresas). Entre as que têm como foco o processo dentro da fazenda, 122 produzem softwares para gestão agropecuária. Por fim, entre as que têm trabalham na parte final da cadeia produtiva, 246 olham para as tendências alimentares.
O relatório evidencia que as empresas ligadas ao agronegócio estão cada vez mais preocupadas com a última parte da cadeia produtiva, ou seja, com os produtos depois que saem da fazenda. Nesse sentido, um dos campos que vem ganhando força é o do rastreamento de alimentos. Exigências internacionais e do mercado brasileiro têm feito os produtores explicitarem todo o processo de produção dos alimentos que chegam ao mercado.
Segundo uma das empresas que atuam no setor, a PariPassu, o grande benefício da rastreabilidade é oferecer mais transparência, visibilidade e confiabilidade. Para a startup, isso “aproxima o produtor, que muitas vezes está escondido e é desvalorizado perante o consumidor. Frequentemente consumimos frutas, legumes, verduras e proteínas de origem animal e nem imaginamos toda a estrutura que suporta o produto e o esforço para produzir e transportar do campo até a nossa mesa alimentos saudáveis, de qualidade e com frescor”.
Antes ou depois da colheita, as AgTechs ajudam a revolucionar a forma de nos relacionarmos com os alimentos que chegam a nós.
Fontes: Paripasso.