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Inflação de alimentos em 2023 deve ser a menor em 6 anos

Estimativas da FGV apontam para uma inflação no preço de alimentos abaixo do IPCA

Após anos de aumento no preço dos alimentos, a cesta básica deve passar 2023 com valores estabilizados e uma inflação menor do que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). É o que afirma estudo do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE), da Fundação Getulio Vargas (FGV), cujas projeções apontam para uma alta dos produtos da chamada “alimentação no domicílio” entre 3% e 3,9%, enquanto o IPCA estimado para o ano é de 5,8%.

A inflação para os produtos do segmento é a menor em seis anos; na época (2017), o País também registrou uma safra acima do esperado, e esse é um dos trunfos para a manutenção dos preços. Segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a safra brasileira deve bater recorde e chegar a 305,4 milhões de toneladas em 2023.

Manutenção de preços elevados

A notícia pode ser vista de dois pontos: por um lado, não deve haver grande aumento nos itens da cesta básica, e, por outro, não haverá diminuição no preço dos alimentos. Esses produtos sofreram grandes elevações nos últimos anos em decorrência das quebras de safra, muitas delas explicadas por problemas climáticos e pela influência do La Niña. Outro motivo para a quebra das safras foi o aumento dos custos na produção, causados pela crise logística proveniente da guerra entre Rússia e Ucrânia e pela pandemia de covid-19.

O problema é que os alimentos estão com os preços em patamares muito elevados. Desde a última deflação registrada, de 4,85% em 2017, houve inflação em 2018 (4,53%), em 2019 (7,84%), em 2020 (18,15%), em 2021 (8,24%) e em 2022 (13,23%). Apenas nos últimos 36 meses, a alimentação subiu cerca de 37%, com os alimentos da cesta básica acumulando inflação acima dos 20%.

A inflação alta em alimentos afeta particularmente uma parcela da sociedade: as classes mais pobres, para quem a alimentação ocupa um espaço maior no orçamento doméstico. Com o desemprego caindo vagarosamente e com o descompasso nos reajustes salariais, as famílias com menor poder de compra devem continuar sendo afetadas. No IPCA, o custo da alimentação domiciliar representa 16% para as parcelas mais ricas da população, enquanto para os mais pobres ela representa cerca de 25%.

Estabilidade na cesta básica

Outro recorte na análise da inflação que pode ser um alento para as parcelas mais pobres da população é o preço da cesta básica. Segundo o Índice de Inflação da Cesta Básica, monitorado pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), a alta dos alimentos diminuiu e está próxima de estacionar. Entre janeiro e maio de 2023, os preços dos 13 alimentos mais consumidos analisados pelo IPCA acumularam alta de 2,25%. No mesmo período do ano passado, a alta foi de 16,43%.

Entre maio de 2021 e maio de 2022, a alta para esse recorte foi de 26,75%, já para o mesmo período entre 2022 e 2023, a alta foi de 3,88%. Os custos da produção e da cadeia logística de distribuição fazem grande diferença e, depois de anos de gargalo produtivo, a cadeia começa a se normalizar. A valorização do real perante ao dólar nos últimos meses também ajudou, já que a maioria dos preços de commodities e de combustíveis é indexado na moeda americana.

O custo de insumos, como fertilizantes e agrodefensivos, também tem sofrido redução. Após ficarem em patamares altos pela falta de oferta, uma vez que boa parte é produzida no Leste Europeu, os valores e as produções estão normalizando. A garantia da disponibilidade dos produtos ajuda a reduzir os custos da produção agrícola e a puxar o preço final dos alimentos para baixo.

Categorias: Summit Agro

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