Carrapatos são artrópodes comuns em ambientes rurais, afetando a saúde de rebanhos e podendo causar doenças nas pessoas, como a febre maculosa
Os carrapatos são conhecidos por sua capacidade de se fixarem na pele de animais e seres humanos, alimentando-se do sangue de seus hospedeiros. Esses parasitas são responsáveis pela transmissão de doenças, incluindo a febre maculosa, que tem preocupado autoridades de saúde em casos recentes em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Na fazenda, esses artrópodes representam uma ameaça significativa para os animais de criação, como bois, cavalos e porcos. Além de causar desconforto e estresse aos rebanhos, esses parasitas podem causar patologias como a babesiose e a anaplasmose, que afetam a saúde e a produtividade dos animais.
O carrapato mais perigoso em termos de transmissão de doenças é o carrapato-estrela (Amblyomma sculptum), que pode transmitir a febre maculosa, causada pela bactéria Rickettsia rickettsii.
A infecção pode ser grave, levando a sintomas como febre alta, dor de cabeça, dores musculares e, em casos severos, pode ser fatal se não tratada rapidamente. É fundamental ficar atento à presença deste carrapato, especialmente em áreas silvestres e rurais.
No mundo, existem mais de 900 espécies conhecidas de carrapatos. Desses, 230 espécies estão presentes no Brasil, especialmente no ambiente rural. No entanto, alguns tipos de carrapato têm um impacto significativo para a saúde humana e a pecuária. Confira quais são eles.
O carrapato-estrela é comum em áreas silvestres e em ambientes rurais, sendo frequentemente encontrado em capivaras, cavalos, cães e outros animais. Quando infectado com a bactéria Rickettsia rickettsii, transmite a febre maculosa para humanos através da picada, podendo causar sintomas graves e até mesmo óbito em casos mais severos.
Também conhecido como carrapato-vermelho, é uma das espécies mais comuns e problemáticas no Brasil, especialmente para a pecuária. Afeta principalmente o gado bovino, causando anemia e debilitando os animais.
Acomete principalmente os equinos, mas também pode parasitar outros animais. É encontrado em pastagens e ambientes rurais, causando desconforto. A depender do tamanho da infestação, pode causar anemia nos animais.
Conhecido como carrapato-de-cachorro, é comum em áreas urbanas e é frequentemente encontrado em cães, gatos e outros animais domésticos. Pode transmitir doenças como a erliquiose canina e babesiose, que afetam a saúde dos animais.
Especificamente adaptado a ambientes domésticos, esse carrapato parasita aves, especialmente galinhas. Sua presença pode levar à redução da produção de ovos e debilitar as aves, causando prejuízos econômicos aos produtores.
A identificação dos carrapatos pode ser feita com base em algumas características visíveis:
A prevenção é fundamental tanto em áreas rurais quanto urbanas. Algumas práticas recomendadas incluem:
Limpeza de pastos e ambientes: remova mato alto, folhas secas e detritos que possam servir de abrigo para os carrapatos.
Uso de banhos carrapaticidas: em rebanhos e animais domésticos, os banhos com produtos específicos ajudam a controlar infestações.
Monitoramento dos animais: faça inspeções regulares nos animais para detectar precocemente carrapatos e tomar medidas imediatas.
Controle biológico: o uso de fungos entomopatogênicos como o Metarhizium anisopliae pode ser eficaz para reduzir populações de carrapatos em rebanhos.
Antes de remover o carrapato, coloque luvas de látex ou de borracha para evitar o contato direto. Utilize uma pinça fina de ponta longa o mais próximo possível da pele do animal ou da pessoa, agarrando o carrapato pela cabeça, próxima à pele do hospedeiro.
Com movimentos suaves e firmes, puxe o carrapato para fora da pele, mantendo-o na posição reta. Evite torcer ou virar o carrapato, pois isso pode fazer com que sua boca permaneça presa na pele. Após remover o parasita, limpe a área da picada com água e sabão ou um antisséptico para evitar infecções secundárias.
Coloque o carrapato em um recipiente com álcool ou água sanitária para matá-lo. Nunca o esmague com os dedos, pois isso pode liberar patógenos em potencial. Observe a área da picada por alguns dias após a remoção. Se notar qualquer reação incomum, inchaço ou vermelhidão intensa, procure um médico ou veterinário imediatamente.
Fontes: Superinteressante, Petlove, Newslab, Rota Uniprag, Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo