Qualidade dos queijos produzidos no Brasil é reconhecida pelas principais competições internacionais com medalhas superouro
A produção de queijos do Brasil absorve cerca de 40% do leite produzido no País, segundo dados do MilkPoint Mercado. O mercado do principal derivado lácteo é caracterizado por um grande número de micros e pequenos laticínios, de acordo com um estudo realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
Porém, isso não impede a sofisticação do alimento produzido no Brasil. A produção regional, com destaque para Minas Gerais, consegue alcançar características marcantes e singulares. Por esse motivo, os queijos brasileiros chamam a atenção das principais competições internacionais do segmento.
Em 2021, mais de 70 queijos brasileiros conseguiram alcançar premiações nas principais competições internacionais do setor. No último Mondial du Fromage, considerado a “Copa do Mundo dos Queijos”, o Brasil levou 57 medalhas, sendo 5 delas superouro e 11 padrão ouro. O País só ficou atrás da França, anfitriã do evento.
No World Cheese Awards, realizado na Espanha, conhecido como “Oscar dos Queijos”, outros 14 queijos brasileiros foram premiados, dois deles com a medalha de ouro.
Conheça quais são os cinco queijos brasileiros com padrão superouro internacional.
O queijo Minas Artesanal Quilombo na Cachaça é feito por Ivacy Pires dos Santos em Sabinópolis (MG), que guarda uma receita que foi passada de seu avô para seu pai. Técnicas artesanais aprimoradas permitem elevar a produção sem perder a qualidade.
O tempo de maturação de 30 dias na aguardente fornece um aroma que mescla cana, melaço e caldo de cana. A massa, extremamente cremosa e manteigosa, desmancha na boca e deixa um sabor de média intensidade, com pouco sal e acidez moderada.
O segredo do queijo produzido por Ivair José de Oliveira em São Roque de Minas (MG), na Serra da Canastra, é o leite ordenhado sempre no período da tarde para garantir uma quantidade maior de proteínas e gorduras.
A umidade acentuada da propriedade interfere na alimentação do gado e favorece a aparição de um fungo que torna o produto único. Após uma maturação média de 30 dias, o queijo ganha um sabor potente com uma massa macia, crocante e amanteigada.
O queijo produzido pelo Laticínios Cruzília, localizado na cidade mineira de mesmo nome, parece um bolo de casamento. A receita, elaborada por monges portugueses e aprimorada no Brasil, garante uma combinação original de mofo azul com nozes, damasco e cream cheese.
Com um sabor menos acentuado do que outros queijos de mofo azul, o Santo Casamenteiro tem uma fabricação que mistura processos industriais e artesanais. A queijaria produz cerca de 4 toneladas por mês do produto.
O queijo da Pardinho Artesanal, localizada na Cuesta Paulista, passa por um processo de maturação de 18 meses. O Mandala é produzido em peças de cerca de 10 quilos (kg) lavadas de forma manual a cada semana por, pelo menos, 12 meses.
O laticínio conta com uma mistura de metade de leite de vacas Gir e o restante da raça Jersey. O produto passa por um leve cozimento em tachos de cobre trazidos da França. O resultado de todo processo é um queijo de sabor amadeirado e amendoado, com massa macia.
Sergio de Paula Alves, o Serjão, produz um queijo de leite das vacas Girolando e Jersey cruzadas com Holandesa em Piumhi (MG), na Serra da Canastra. A produção é pequena, e os clientes esperam até 30 dias para conseguir uma peça de 1 kg do laticínio.
A maturação de 100 dias produz um sabor acentuado, único e raro. A massa rústica, com tons entre branco e amarelo devido ao mofo branco, guarda uma massa de consistência cremosa, mas firme.
Fonte: World Cheese Awards, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Serviço Brasileiro de Apoio à Pequena e Média Empresa (Sebrae), Milk Point, Agência Minas, Queijo Quilombo do Ivacy, Serro do Queijo, Mei Mineiro, Queijo do Ivair, Queijo com Prosa, Pardinho Artesanal, Mundo do Queijo, Queijo do Serjão.