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Algodão agroecológico: conceito e benefícios

Semente pode ser a solução para a sustentabilidade na produção e na indústria, contribuindo para a conservação do solo e o controle de pragas e aumentando a produtividade

O algodão é um produto muito visado em todo o mundo, uma vez que é matéria-prima para diversas indústrias, como a têxtil, de papel e celulose, de produtos de enfermagem e até alimentícia. No Brasil, a produção se concentra principalmente nas regiões Centro-Oeste e Nordeste, sendo o País o quinto maior nos rankings mundiais.

A plantação do algodão tradicional é feita no sistema de monocultura, a partir de sementes transgênicas, utilizando alta quantidade de agrotóxicos. Consequentemente, temos como resultado a contaminação e o empobrecimento do solo e um produto que pode acabar perdendo a qualidade no longo prazo. Foi pensando em melhorar esses pontos que agricultores da Paraíba desenvolveram a ideia do algodão agroecológico.

O algodão agroecológico

Essa modalidade de cultivo surgiu no Estado da Paraíba a partir de uma iniciativa de produtores que começaram a plantar o algodão durante a época de chuvas e com um espaçamento maior entre as plantas, o que contribuiu para que o cultivo não fosse atacado pelo bicudo, uma espécie de besouro.

Método de plantio

Basicamente, o método consiste em usar sementes agroecológicas, não modificadas geneticamente, dispostas com espaçamento de um metro e plantadas durante o último mês de chuva, adubadas com compostos orgânicos. A colheita deve ser manual e não é necessário usar agrotóxicos ou irrigar: basta a chuva do último mês para brotar.

Com isso, o bicudo, que precisa da chuva para se desenvolver, não ataca os botões do algodão, que só começam a crescer na fase de estiagem. Também é utilizada a técnica de consórcios alimentares ou rotação de cultura, que troca o local do cultivo a cada novo plantio, de forma a renovar e manter os nutrientes do solo.

Sustentabilidade

O algodão agroecológico é também um produto sustentável, não apenas por suas características ecológicas mas também por estar presente de maneira social, cultural e política. Por meio dele, acontece a manutenção da qualidade dos recursos naturais, o controle da segurança alimentar, a melhoria na produção e a inclusão social nas etapas produtivas, uma vez que aumenta a geração de empregos e incentiva a agricultura familiar.

Obviamente, também garante a produção do solo e a biodiversidade e contribui com a natureza de diversas maneiras.

Fonte: Embrapa; Semear.