Após acordos firmados na COP-26, aumenta a exigência de sustentabilidade nas atividades do agronegócio
A sustentabilidade se tornou um tema ainda mais relevante para o agronegócio brasileiro após a realização da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2021 (COP-26). O Brasil assinou a declaração do Diálogo Forest, Agriculture and Commodity Trade (Fact), com outros 26 países e a União Europeia.
O grupo definiu elementos centrais para a produção agropecuária cumprir as metas estabelecidas pelo Acordo de Paris e atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que envolvem ações para:
O Diálogo FACT também prevê que os esforços para reduzir a expansão do uso de novas áreas pela agricultura devam ser acelerados, ao mesmo tempo que deve ser intensificado o uso de técnicas sustentáveis no campo. Para isso, o conhecimento sobre inovações, tecnologias e práticas agrícolas de baixas emissões devem ser disseminados e adotados pelos produtores.
O Brasil espera que, até 2050, a economia brasileira seja totalmente neutra em carbono, contando com uma grande contribuição do agronegócio. O País tem uma ampla experiência na produção agrícola com sustentabilidade e, desde 2011, tem um conjunto de políticas para a Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Programa ABC), que prevê a adoção de tecnologias capazes de reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
Conheça, as seguir, seis técnicas que podem ajudar a tornar o agronegócio mais sustentável:
Existem 140 milhões de hectares de áreas degradadas no Brasil, segundo dados do Ministério do Meio Ambiente (MMA). Essas terras em processo de erosão podem ser recuperadas, possibilitando a implantação de novas lavouras sem a necessidade de desmatamento — ainda que legal — para expandir a produção agrícola.
A associação da produção agropecuária com a manutenção da floresta em pé pode garantir um aumento de produtividade, além de garantir a preservação ambiental. Esses sistemas produtivos podem ser utilizados em cultivo consorciado, em sucessão ou em rotação, com benefício mútuo para todas as atividades.
O Plantio Direto possibilita a semeadura com a necessidade reduzida de revolvimento da terra com máquinas, diminuindo a erosão do solo e propiciando uma maior economia de água. A adoção de rotação de culturas e cobertura do solo com palhada garante mais nutrientes para as lavouras.
A Fixação Biológica do Nitrogênio é uma alternativa sustentável para substituir o uso de nitrogênio, a partir da interação natural das bactérias com as plantas. Com isso, os custos e o impacto ambiental da agricultura são reduzidos.
Florestas podem ser plantadas para produzir madeira, celulose, papel e carvão vegetal, garantindo a geração de renda e o aumento do sequestro de carbono da atmosfera. Além de aumentar a oferta de madeira para fins industriais, a prática reduz a pressão de desmatamento de áreas nativas.
Os resíduos de suínos, bovinos e aves podem ser uma fonte extra de receita para as propriedades rurais, ao propiciar a produção de energia e biofertilizantes. O tratamento dos dejetos reduz a poluição da água, com o lançamento de material orgânico, e do ar, devido à emissão do gás metano por animais.
Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2021 (COP-26), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
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