Economia
Greening deixa Paraná e Goiás em alerta
Doença que acomete pomares de citros, pode causar perdas de até 80% da produção e prejuízos financeiros bilionários, segundo o Fundecitrus

Redação Agro Estadão
23/04/2025 - 13:34

A ameaça do greening, doença mais severa para a citricultura mundial, acende um alerta em importantes polos produtores do Brasil. Em Goiás, a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) identificou recentemente plantas com sintomas da praga HLB (Huanglongbing) em pomares de tangerina ponkan no município de Anápolis. Já no Paraná, onde o greening se espalhou com maior intensidade desde 2021, o estado permanece em emergência fitossanitária para conter a expansão da doença.
Na última semana, durante inspeções de rotina em propriedades comerciais de Anápolis (GO), amostras suspeitas foram coletadas e enviadas para análise no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária, do Ministério da Agricultura.
Segundo Leonardo Macedo, gerente de sanidade vegetal da Agrodefesa, a resposta rápida é fundamental para proteger as áreas ainda livres e minimizar os impactos econômicos aos produtores. “Os fiscais estaduais agropecuários iniciaram imediatamente as ações de contenção, orientando citricultores sobre a gravidade da praga, o controle do vetor e instalando armadilhas para monitoramento”, explicou em nota.
O levantamento fitossanitário realizado entre outubro de 2024 e fevereiro de 2025, em Goiás, percorreu 2,5 mil hectares de citros comerciais, além de todos os viveiros produtores de mudas registrados.
Além de Anápolis, a presença da praga já havia sido confirmada em Campo Limpo de Goiás e Quirinópolis, todos sob controle oficial, com erradicação de plantas contaminadas.
Estado de emergência fitossanitária no Paraná
O alerta contra a doença está sendo reforçado no Paraná, onde o greening provocou uma ampla mobilização desde que voltou a atacar os pomares em 2021. Com o agravamento da situação, o estado está em estado de emergência fitossanitária desde dezembro de 2023.
Atualmente, mais de 150 municípios registram a doença, conforme mapeamento da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar).
Municípios com ocorrência do greening no Paraná

Como medida emergencial, o Paraná vem erradicando plantas hospedeiras num raio de até 4 km ao redor das áreas de produção comercial. A erradicação é obrigatória em plantas de citros que tenham até oito anos. “Temos desenvolvido inúmeras ações junto a prefeituras e secretarias municipais de Agricultura, para tornar as ações mais efetivas”, ressalta, em nota, Caroline Garbuio, responsável pelo Programa de Sanidade da Citricultura, da Adapar.
Ágide Eduardo Meneguette, presidente interino do Sistema FAEP, ressalta que o trabalho coletivo é fundamental, uma vez que, o greening é um problema que coloca em risco a citricultura do Paraná. “O Sistema FAEP, com outras entidades dos setores público e privado, tem trabalhado para combater a doença, auxiliando os produtores rurais com a orientação das medidas que precisam ser tomadas”, afirma em comunicado.

O que é greening?
O greening, também conhecido como HLB, é causado por uma bactéria, a Candidatus liberibacter. Ela é disseminada pelo psilídeo Diaphorina citri, um inseto super pequeno, que mede entre dois e três milímetros, e se alimenta de brotos novos ou da parte de trás das folhas de plantas cítricas.
Como é uma doença silenciosa e sem tratamento, quando os sintomas do greening se manifestam, com as folhas amareladas na copa das árvores e frutos manchados, a contaminação já está em um estado irreversível.
Se o greening não for controlado, pode levar à morte dos pomares em poucos anos, provocando perdas de até 80% da produção e prejuízos financeiros bilionários, segundo o Fundecitrus.

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