Economia
Cólica Equina: entenda o que é, sintomas e como tratar
A cólica equina pode acometer aproximadamente 580 mil animais ao longo da vida, exigindo rápida intervenção veterinária

Redação Agro Estadão*
22/10/2024 - 10:03

Se tem algo que incomoda o criador de cavalos é chegar ao estábulo e ver o animal rolando no chão, visivelmente desconfortável. O que parecia ser uma simples inquietação, pode ser algo sério: a cólica equina.
Também conhecida como síndrome cólica ou abdômen agudo, é uma das principais emergências veterinárias em cavalos, sendo a principal causa de morte desses animais.
Ela é responsável por grandes perdas econômicas, exigindo tratamentos clínicos ou cirúrgicos e, frequentemente, afastando o cavalo de suas atividades.
Além disso, o problema pode desencadear complicações adicionais, como laminites, aumentando os custos para os produtores.
O que é cólica equina?
A cólica equina é um termo usado para descrever qualquer dor abdominal em cavalos, sendo uma das condições mais comuns e graves no manejo desses animais.
Sua característica principal é a dor abdominal aguda, que pode ser causada por diversas razões e requer rápida intervenção. Há diferentes tipos de cólica, como:
- Cólica gasosa: acúmulo de gás no intestino;
- Cólica obstrutiva: bloqueio no trato intestinal, como compactação de alimentos;
- Cólica espasmódica: contrações intestinais dolorosas.
Segundo a médica-veterinária Fernanda Ambrosino, da Ceva Saúde Animal, “o sistema digestivo dos equinos tem particularidades anatômicas que os tornam mais propensos a alterações graves que causam cólica, como fermentação de alimentos ou obstruções intestinais”.
Quais são as principais causas da cólica equina?
Diversos fatores podem desencadear a cólica em cavalos. A má alimentação e a ingestão inadequada de alimentos são causas frequentes, já que dietas inadequadas ou mudanças abruptas na alimentação podem causar fermentação excessiva e compactação no trato digestivo.
A presença de parasitas internos também é um fator de risco importante, pois a grande quantidade de vermes pode obstruir ou irritar os intestinos. A desidratação é outra causa comum, pois a falta de água afeta a digestão, aumentando o risco de cólica.
A produção de enterólitos, que são formações sólidas no intestino causadas pela ingestão de alimentos fibrosos ou corpos estranhos, pode levar ao problema.
A falta de exercício físico também contribui para o aumento dos casos, uma vez que cavalos sedentários têm maior probabilidade de desenvolver problemas digestivos.
Como diagnosticar a cólica equina?
O diagnóstico de cólica equina requer um exame veterinário detalhado. Primeiramente, é feito um exame físico para avaliar o grau de dor abdominal. Dependendo da gravidade, podem ser realizados exames complementares como palpação retal, ultrassonografia e análises laboratoriais.
“Uma rápida intervenção busca não apenas atenuar a dor, mas também reduzir a inflamação e a distensão da alça intestinal”, reforça Fernanda Ambrosino.
Sintomas comuns da cólica equina
Os sinais clássicos de cólica incluem:
- Inquietação, como deitar e levantar repetidamente;
- Rolar no chão ou esticar o corpo de forma contínua;
- Falta de apetite;
- Sudorese excessiva;
- Mordidas no flanco ou tentativas de chutar a barriga.
Estes comportamentos são claros indicativos de dor abdominal e não devem ser ignorados. A detecção precoce dos sintomas é vital para uma resposta eficaz.
Sintomas graves de cólica equina
Em casos mais graves, os sintomas de cólica incluem:
- Falta de resposta a estímulos;
- Frequência cardíaca elevada e respiração acelerada;
- Desidratação severa.
Estes sinais indicam que o estado de saúde do cavalo se deteriorou significativamente e a intervenção veterinária deve ser imediata.

Como tratar a cólica equina?
O tratamento da cólica equina depende da gravidade do quadro. Em casos leves, o manejo clínico é suficiente, utilizando sondagem nasogástrica, anti-inflamatórios, analgésicos e reposição de fluidos.
Já em situações mais graves, a cirurgia pode ser necessária para resolver obstruções ou torções intestinais.
Segundo Fernanda Ambrosino, “o anti-inflamatório de escolha nesses casos é a flunixina meglumina, que ajuda a controlar a inflamação e a dor visceral”.
A reposição de fluidos é igualmente essencial para corrigir desequilíbrios eletrolíticos e prevenir complicações como necrose tecidual.
Tratamentos não-cirúrgicos para cólica equina
Nos quadros mais leves, os tratamentos conservadores podem incluir:
- Antiespasmódicos e analgésicos para alívio da dor;
- Fluidoterapia intravenosa para reidratação e correção de desequilíbrios eletrolíticos;
- Sondagem nasogástrica para aliviar a pressão e retirar gases acumulados.
Esses tratamentos são geralmente eficazes em casos diagnosticados precocemente.
Tratamentos cirúrgicos para cólica equina
Quando a cirurgia é necessária, o procedimento pode envolver a remoção de obstruções ou correção de torções intestinais.
A recuperação pós-cirúrgica pode levar meses, e em casos mais graves, o cavalo pode nunca retornar às suas atividades regulares. No entanto, com o avanço das técnicas cirúrgicas, as taxas de sucesso têm aumentado.
Prevenção da cólica equina
A prevenção da cólica equina está diretamente ligada ao manejo adequado do cavalo. É essencial fornecer uma dieta balanceada, com maior proporção de volumoso em relação a concentrados, realizar o controle parasitário regular, garantir que a profilaxia dentária seja realizada para permitir uma mastigação eficiente, e assegurar que o cavalo tenha acesso constante a água limpa.
Além disso, manter uma rotina de exercícios adequada e evitar mudanças bruscas no ambiente e nos hábitos do animal são fundamentais para reduzir o risco de cólica.
A veterinária Fernanda Ambrosino destaca: “a prevenção sempre se escora nas boas práticas de manejo. Pode ser trabalhoso, mas o impacto na correção de um manejo falho é menos prejudicial do que a ocorrência da síndrome cólica”.
Impacto econômico da cólica equina para produtores rurais
Os custos relacionados à cólica equina podem ser significativos. Um estudo realizado nos Estados Unidos mostrou que o impacto econômico da síndrome ultrapassou U$115 milhões, dos quais U$76 milhões foram decorrentes da morte de animais e U$4 milhões em cavalos que precisaram ser afastados permanentemente de suas atividades.
No Brasil, embora não existam dados concretos sobre o impacto econômico da cólica equina, estima-se que cerca de 10% dos equinos brasileiros sofram da condição em algum momento da vida, o que corresponde a aproximadamente 580 mil animais.
A cólica equina é uma condição séria que exige atenção e ação rápida. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para o sucesso da recuperação.
A prevenção, por meio de boas práticas de manejo, controle alimentar e monitoramento constante, é a melhor estratégia para evitar que os animais sofram dessa condição debilitante e potencialmente fatal.
*Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação Agro Estadão
Siga o Agro Estadão no Google News e fique bem informado sobre as notícias do campo.

Newsletter
Acorde
bem informado
com as
notícias do campo
Mais lidas de Economia
1
Conheça a cagaita, uma fruta do Cerrado com muitos usos e benefícios
2
Conheça 5 raças de cavalo criadas no Brasil
3
Quem pode substituir os EUA na exportação de carne bovina para China?
4
Afinal, qual a diferença entre salsinha e coentro?
5
Lactalis anuncia investimento de R$ 313 milhões em fábricas no Paraná
6
Brasil já está no limite da capacidade de exportação de soja para China, diz Aprosoja

PUBLICIDADE
Notícias Relacionadas

Economia
IGC reduz projeção da safra global de grãos 2024/25 para 2,303 bi de t
Consumo em 2024/25 foi projetado em 2,328 bilhões de toneladas, recuo de 8 milhões de t ante o projetado em março.

Economia
Paraná espera recorde na área plantada de cevada em 2025
Com 94,6 mil hectares previstos, Deral projeta aumento de 40% na produção, após perdas causadas pela seca em 2024.

Economia
Safra de cana cai 5% e fecha com 677 milhões de toneladas
Produção de açúcar e etanol também reduzem com impacto do clima adverso e queimadas, aponta Conab

Economia
EUA preparam auditoria do sistema de inspeção de carnes do Brasil
Visita acontece em maio e comitiva deve auditar frigoríficos em diferentes regiões do país
Economia
Recursos do Funcafé para safra 2025 devem atingir R$ 7,188 bi
Distribuição de valores em cada linha diminuiu a taxa total do orçamento na mesma proporção utilizada na safra 2024
Economia
Etanol/EUA: produção cai 0,88% na semana, para 1,012 milhão de barris por dia
Estoques do biocombustível recuaram para 26,8 milhões de barris, enquanto as exportações passaram de 174 mil para 137 mil barris por dia
Economia
Anec eleva estimativa de exportação de soja em abril para até 15 milhões de t
Volume representa um aumento de 9,2% (1,22 milhão de toneladas) em relação à estimativa divulgada na semana passada
Economia
MT: custo de produção do milho 2025/26 sobe 1,05% em março
Dados divulgados pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária apontam ainda que o custo do algodão segue estável