Exportações aquecidas de carne bovina têm contribuído para evitar quedas maiores, avalia Safras & Mercado
A maior oferta de fêmeas para abate tem sido um fator determinante para a queda nos preços da arroba do boi gordo, favorecendo o avanço das escalas da indústria frigorífica. Apesar da pressão de baixa, as exportações de carne bovina em patamares elevados têm evitado quedas ainda mais acentuadas nos preços, conforme a consultoria Safras & Mercado.
Na última semana, segundo o analista Fernando Henrique Iglesias, o movimento de recuo foi intenso na região Norte e influenciou a desvalorização da arroba em outros estados com abates relevantes. “Novamente precisa ser mencionado o papel da oferta de fêmeas nesse movimento de queda, fazendo com que a indústria frigorífica conseguisse um bom avanço de suas escalas de abate”, afirmou o especialista em nota.
No acumulado de fevereiro, de acordo com o indicador Cepea/Esalq, a desvalorização da arroba do boi gordo chega a 3,16%, chegando em R$ 314,20 na média da sexta-feira, 21. No ano, o recuo é de 2,2%.
Conforme Iglesias, o ambiente de negócios indica a continuidade desse movimento no curto prazo, acompanhando a posição das escalas de abate. Além disso, o comportamento dos preços da carne no atacado também reforça essa tendência. “O enfraquecimento da demanda doméstica de carne bovina é outra das justificativas para este movimento. O fato é que as indústrias seguem exercendo pressão sobre o mercado, estratégia que deve prevalecer, ao menos no curto prazo”, destacou.