Agricultura
Conheça a palmeira amazônica que nutre e gera renda
O Inajá é a palmeira resistente ao fogo que tem polpa, caroço e folhas usados na alimentação, artesanato e medicina popular
Redação Agro Estadão*
22/11/2025 - 05:00

Na vastidão da Floresta Amazônica, uma palmeira oferece tesouros que as comunidades locais conhecem há séculos. O inajá (Maximiliana maripa) representa um exemplo fascinante de como a biodiversidade amazônica pode servir simultaneamente à alimentação, saúde e economia local.
Esta palmeira nativa, que pode atingir até 20 metros de altura e diâmetro de 100 centímetros, demonstra resistência excepcional ao fogo e distribui-se por diferentes regiões amazônicas.
Os frutos do inajá integram tradicionalmente a dieta das populações ribeirinhas, consumidos in natura, transformados em sucos refrescantes, fermentados para produção do vinho de inajá, ou incorporados na fabricação de sorvetes e doces regionais.
Além disso, estudos científicos recentes revelaram que o que antes era descartado como resíduo possui propriedades extraordinárias para a saúde humana.
Paralelamente, a versatilidade da palmeira estende-se ao artesanato e produção de materiais, demonstrando como recursos naturais podem gerar múltiplas oportunidades econômicas quando manejados adequadamente.
Inajá e a saúde
Pesquisas conduzidas pela Universidade de São Paulo revelaram descobertas promissoras sobre os resíduos do inajá, tradicionalmente descartados após o processamento do fruto.
Os estudos identificaram concentrações significativas de compostos bioativos, incluindo carotenoides e compostos fenólicos, tanto na polpa quanto no caroço da fruta.
Estes componentes conferem ao inajá um potencial antioxidante e anti-inflamatório considerável, abrindo perspectivas para desenvolvimento de nutracêuticos, suplementos alimentares e produtos farmacêuticos.
A valorização desses subprodutos representa uma mudança paradigmática: o que antes era considerado lixo orgânico transforma-se em matéria-prima valiosa para a indústria da saúde.
Consequentemente, essas descobertas posicionam o inajá como candidato promissor para pesquisas farmacológicas futuras.
Usos tradicionais do inajá na medicina popular amazônica
As comunidades amazônicas utilizam historicamente diferentes partes da palmeira para fins medicinais, aplicando conhecimentos ancestrais transmitidos através de gerações.
O óleo extraído dos frutos serve tradicionalmente como anti-inflamatório tópico, enquanto a polpa é empregada para fortalecimento do sistema imunológico.
Entretanto, é importante ressaltar que estes usos baseiam-se no conhecimento tradicional e carecem de validação científica rigorosa.
A medicina moderna está iniciando processos de investigação para compreender e validar essas práticas, conectando sabedoria popular com evidências científicas.
Portanto, embora os usos tradicionais indiquem potencial terapêutico, recomenda-se cautela e acompanhamento profissional antes de utilizar o inajá como alternativa medicinal.

Inajá como matéria-prima
A versatilidade do inajá estende-se significativamente além da alimentação e medicina tradicional, constituindo matéria-prima valiosa para diversos setores produtivos.
As folhas da palmeira são habilmente transformadas em cestos, esteiras e utensílios domésticos pelos artesãos locais, demonstrando técnicas refinadas desenvolvidas ao longo de décadas.
As sementes do fruto encontram nova vida na produção de biojoias, criando peças únicas que combinam beleza natural com sustentabilidade.
Simultaneamente, o tronco fornece madeira adequada para coberturas de residências rurais e estruturas rústicas, oferecendo soluções construtivas adaptadas ao ambiente amazônico.
Ademais, o endocarpo do fruto pode ser processado para produção de carvão vegetal, agregando valor econômico a partes tradicionalmente subutilizadas da planta.
Esta multiplicidade de aplicações demonstra como uma única espécie pode sustentar diferentes atividades econômicas quando explorada integralmente.
O inajá exemplifica perfeitamente como a valorização sustentável de recursos amazônicos pode gerar benefícios mútuos para comunidades locais e meio ambiente.
A crescente compreensão científica das propriedades da palmeira, combinada com o conhecimento tradicional das populações ribeirinhas, cria oportunidades únicas para desenvolvimento de produtos inovadores.
Pesquisas contínuas, como aquelas desenvolvidas pela USP, ampliam constantemente o conhecimento sobre potenciais aplicações da palmeira, pavimentando caminhos para novos mercados nacionais e internacionais.
Finalmente, o inajá representa um modelo de como a biodiversidade amazônica pode ser transformada em oportunidades econômicas concretas, beneficiando simultaneamente a natureza e as sociedades que dela dependem, desde que conduzida com responsabilidade ambiental e respeito aos conhecimentos tradicionais.
*Conteúdo gerado com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação Agro Estadão
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