Fungo que imita carne? Produto vegano está na Agrishow | Agro Estadão
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AGRISHOW 2025

Proteína de fungo que imita carne? Produto é lançado na Agrishow

Startup com fábrica em Sorocaba (SP) pretende triplicar a produção das versões chicken e beef até o final deste ano

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Igor Savenhago* | Ribeirão Preto (SP)

30/04/2025 - 08:00

Alimentos têm textura de carne, mas são veganos - Foto: Hummami/Divulgação
Alimentos têm textura de carne, mas são veganos - Foto: Hummami/Divulgação

Sthefany Viana tinha 14 anos quando o pai dela, José, começou a cultivar cogumelos comestíveis, há pouco mais de duas décadas. Hoje, formada em Biologia, é ela quem comanda os negócios da família, que, gradualmente, foram ganhando uma nova proposta. E diversificando a oferta.  

Os cogumelos tradicionais, como shitake e shimeji, que se misturavam a outras dez espécies na propriedade em Araçoiaba da Serra (SP), deram lugar a outros tipos de fungos, que, agora, imitam carne ou se transformam em biocontroladores naturais de pragas em lavouras. Os produtos estão expostos no estande do Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) na Agrishow, em Ribeirão Preto (SP) – que começou nesta segunda (28) e vai até sexta (2). 

José, o pai, é químico. Ele conta que foi gerente de multinacional e trabalhou também na Universidade de São Paulo (USP). Até que um dia se viu desempregado. Apreciador do paisagismo, decidiu empreender na área. A atividade abriu caminho para os cogumelos, com os quais a filha, Sthefany, passou a se envolver. Motivo para que ela fosse cursar Biologia e fazer mestrado e doutorado em estudos com fungos.

“Em 2014, começamos a exportar extratos de cogumelos medicinais”, ela conta. Convidada pelo Sebrae para uma missão em Chicago, nos Estados Unidos, Sthefany percebeu quanto o universo dos fungos é vasto. E que podia agregar ainda mais valor. 

Chicken e beef

Os cogumelos medicinais foram mantidos como parte dos negócios, mas a linha de comestíveis mudou de patamar. Os Viana não precisam mais esperar meses para que o fungo se desenvolva e esteja em ponto de extração. “Antes, eram necessários 120 dias para colher o shitake, por exemplo”. Agora, o controle do tempo está nas mãos deles. “Em 48 horas, temos o micélio disponível”. 

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Micélio é o nome dado ao emaranhado vegetativo dos fungos, responsável pela sustentação e pela absorção de nutrientes. Esse material é multiplicado rapidamente pela família, que verticalizou toda a produção, por meio de biorreatores. As três cepas de fungos comestíveis com as quais Sthephany e o pai trabalham são moldados com uma prensa até ficarem muito parecidas com carne de frango (versão chicken) e bovina (beef). Tem ainda a versão frango desfiado, para diversos usos culinários, como recheio de coxinha.

Para ofertar o produto, pioneiro no mercado brasileiro, eles criaram a startup Hummami e construíram uma fábrica em Sorocaba (SP), da qual saem 300 quilos de “carne de fungo” por mês. “Até o final deste ano, deveremos chegar a uma tonelada”, planeja Sthefany. A aposta é no mercado de comidas veganas, em franca expansão. 

Um estudo da Alled Market Research apontou que esta vertente alimentar movimentou US$ 19,7 bilhões em 2020, com expectativa de dobrar de tamanho até 2030. No Brasil, levantamento do IPEC — Inteligência em Pesquisa e Consultoria — revelou, em 2022, que 46% da população com mais de 35 anos havia parado de consumir carne por conta própria ao menos uma vez por semana. E que 32% já preferem opções veganas em restaurantes e estabelecimentos similares. 

Biocontrole

agrishow fungos
José, Sthefany e Felipe – Foto: Édson Luiz

Mas as criações dos Viana não param por aí. Com cepas não comestíveis, a família montou outra empresa, a Bragen, que fornece soluções B2B para controle biológico natural. Para a produção dos biocontroladores, os fungos precisam ser inoculados em um substrato. “No nosso caso, é o arroz”, afirma José. Por dia, são processadas duas toneladas do grão, com perspectivas de que o número se expanda significativamente nos próximos anos, impulsionado pela demanda.  

Segundo Felipe Cabral, técnico de aplicação da Bragen, alguns clientes já tratam lavouras de cana-de-açúcar exclusivamente com produtos biológicos. “E nós buscamos nos alinhar às principais tendências de substituição dos defensivos químicos por alternativas naturais”, afirma.  

*Jornalista viajou a convite da CDI Comunicação

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